31 de mai. de 2012

CALVÁRIO DEPOIS DE BELÉM

“Convida, portanto, que Ele se tornasse semelhante aos irmãos, para ser, em relação a Deus, um sumo sacerdote misericordioso e fiel, para expiar assim os pecados do povo. Pois, tendo ele mesmo sofrido pela tentação, é capaz de socorrer os que são tentados” (Hb 2,17-18).
Faço com carinho e veneração, a minha oração. Acolho a presença de Deus e rezo.
Com os olhos da imaginação, vou me situando diante de duas imagens: a Virgem Mãe com o gracioso Menino Deus estreitando em seu colo; a Virgem Dolorosa com o mesmo Filho, agora adulto, ensangüentado e todo machucado.
Rezo do fundo do coração! Silêncio: alegria e alegria se encontram, dor e dor se entrelaçam. Tudo isso por meus pecados!
Diante de Jesus espancado e crucificado, recordo a estrebaria de Belém e vejo como a mãe pobre envolveu em paninhos o Menino pobre, colocando-o na manjedoura de pobres animais.
Peço que Deus o coloque nos meus braços e deixo os meus olhos se fixarem nele, permito-me tocar as suas mãozinhas tenras. É total pequenez, despojamento de todo luxo, até do necessário. Todo o ambiente respira pobreza e simplicidade. É “noite feliz”! Tudo isso por meus pecados!
O abatimento profundo de Jesus, a sua espantosa agonia moral, tão intensa que repercutiu no seu corpo, calaram no coração da Igreja primitiva. Na Carta aos Hebreus, um discípulo dos primeiros tempos mostra ter muito presente a agonia do Salvador:
“Convida, portanto, que Ele se tornasse semelhante aos irmãos, para ser, em relação a Deus, um sumo sacerdote misericordioso e fiel, para expiar assim os pecados do povo. Pois, tendo ele mesmo sofrido pela tentação, é capaz de socorrer os que são tentados” (Hb 2,17-18).
Por esta tremenda experiência de solidariedade conosco, o Emanuel (o “Deus-conosco”) firma a nossa fé em meio às contradições e dores desta nossa existência terrena:
“Com efeito, não temos um sumo sacerdote (Jesus) incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, exceto no pecado” (Hb 4,15).
Imagine a Cruz na sombra da manjedoura!

30 de mai. de 2012

POR MEUS PECADOS

“Em seguida partiu os pães, que deu a seus discípulos (...)” (Mt 14,19-20).
Lembramos o que São Mateus escreveu. Os padecimentos de Jesus são centrais nos relatos das aflições de José, na morte dos Inocentes, na fuga para o Egito, na volta para Nazaré porque Arquelau governava a Judéia (e era mais maligno que o pai, Herodes). Também o natal de São João, seu belíssimo prólogo, menciona como “os seus não o compreenderam”, não o aceitaram...
Estamos convidados a olhar e considerar o que fazem [Maria e José] no natal de Jesus, como caminham e trabalham para que o Senhor nasça na maior pobreza, e, depois de tantos trabalhos, passando fome, sede, calor, frio, injúrias e afrontas, morra na cruz, e tudo isto por mim. Depois, refletir sobre mim mesmo para tirar algum proveito espiritual”.
Na Paixão, mais uma vez colocamos a pista para que nos demos conta da realidade de que o Bom Pastor dá a vida pela multidão humana, porque somos uma multidão os que precisamos dele. Mas, Bom Pastor, dá a vida “por mim”, porque sua palavra é séria e honesta, palavra nascida “do lado esquerdo do peito”, dita com toda a sua verdade, com todo o seu ser: Ele é o Bom Pastor que deixa as 99 ovelhas bem guardadas e vai, pelas quebradas do mundo, em busca de uma só ovelha perdida. Para isto Ele nasceu de Maria Virgem em tanta penúria.
A oração é impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”. Esta expressão pode ser comentada com a evocação de passagens bíblicas:
O olhar lançado para o céu evoca o costume, também de Jesus, de olhar para o alto, quando rezava: E, tendo mandado o povo se acomodar sobre a relva, tomou os cinco pães e dois peixes, levantou seu olhar para o céu, e recitou a fórmula de benção. Em seguida partiu os pães, que deu a seus discípulos (...) (Mt 14,19-20).
Meditação:
A solidão no Calvário.
Decerto, naquele dia tremendo da Crucifixão, houve personagens do drama do Calvário que cearam em boa paz, seguiram os ritos previstos pela longa tradição e entraram até aliviados e contentes no sábado “de grande solenidade” (Jo 19,31).
Mas houve quem (e, em primeiro lugar, a Mãe) vivesse o Ministério da Solidão, a dor do sepultamento, a tristeza da importância diante do irremediável, da vida arrancada, do tormento e da morte do Inocente.

29 de mai. de 2012

SILÊNCIO DE JESUS

“Ofereci o dorso aos que me batiam... não cobri o rosto diante dos ultrajes e cuspidas” (Is 50,6-7).
Chame também o seu corpo á oração. De pé, à pequena distância de onde você pensa em fazer a o seu tempo de oração, deixe o seu corpo estar de tal maneira que não tensione a sua coluna nem mantenha os músculos contraídos. Dê a tenção ao respirar, caindo na conta do dom da vida, do sopro de vida que o anima. No coração vá repetindo, no compasso da respiração, “Jesus, Maria”, “Jesus, Filho de Deus Vivo, tem piedade de mim, pecador”, ou outras palavras que mais o ajudem.
Procuro dar-me conta de “a que vou”; recordo a palavra “Eis o homem” e faço a petição.
Quero acompanhar Jesus, ensanguentado, desfigurado, coroado de espinhos. Pilatos o apresenta assim a multidão: “Eis o homem!”.
Peço a capacidade de rezar com olhar fixo em Jesus, peço-lhe condoer-me com ele, reconhecendo ser por meus pecados que é entregue e condenado.
Diante desta situação de Jesus, tento examinar-me e ver como são pequenos e insignificantes os meus sofrimentos diante dos dele. Pergunto-me: “Como reajo quando a minha pessoa é colocada em segundo plano? Quando sou ofendido?”. E será que eu também não tenho participado de linchamentos, ao menos em pensamento?
Falo com Jesus ou silencio diante da sua dor, e contemplo-o até que a minha dor me faça sentir-me envergonhado diante do que Ele padece e quer padecer por mim também.
Peço insistentemente o dom para superar a minha sensibilidade doentia diante da sua dor e de toda dor alheia.
Lembrete:
Jesus, que sofre tão cruelmente, não esquece os seus. O sofrimento não o centra e fecha em si mesmo, como tantas vezes acontece conosco. Com efeito, quando sofremos, às vezes nos vemos no ponto de que a alegria de uma criança nos dói. Nosso egoísmo nos atraiçoa chegamos até a querer que todos se entristeçam conosco.
Pelo contrário, embora todo dor e sensibilidade, Jesus nos tem presentes em seu coração. Deseja-nos unidos a si na oração, mesmo se adormecemos “de tristeza”, cansaço e fraqueza. Várias vezes, o Mestre se ergue de sua profunda prostração por terra, e nos alerta:
“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação.”

28 de mai. de 2012

EIS O HOMEM

“Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos, que eram inimigos, fizeram as pazes” (Lc 23,12).
O relato nos faz ver Jesus vindo do palácio de Herodes, que não havia encontrado crime para condenar Jesus; ele se encontra agora, novamente, diante de Pilatos. Depois de o fazer chicotear, Pilatos quer livrar Jesus. Mas o Inocente termina ultrajado como falso rei, trocado por Barrabás e condenado à morte.
Imagino-me na corte de Herodes, que, aborrecido pelo silêncio do prisioneiro, com ares de desprezo e gozação, faz que Jesus receba “um manto esplêndido”. Depois o manda de volta a Pilatos: “Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos, que eram inimigos, fizeram as pazes” (Lc 23,12).
Peço ajuda divina com olhar fixo em Jesus, peço-lhe condoer-me com ele, reconhecendo ser por meus pecados que é entregue e condenado.
Desfigurado, vestido do manto de púrpura, colocam na sua cabeça a coroa de espinhos, para zombar dele como um falso e ridículo rei. Contemplo-o assim, sofrendo em silêncio: “Ofereci o dorso aos que me batiam... não cobri o rosto diante dos ultrajes e cuspidas” (Is 50,6-7). Escuto as palavras injuriosas: “Deus te salve, ó rei dos judeus!”. Oro e peço novamente a graça de acompanhar meu Senhor e Mestre também no seu padecer!
Jesus, declarado inocente por Pilatos, é apresentado ao povo: “Eis o homem!”.
Contemplo-o assim na humilhação de ver o criminoso Barrabás ser preferido a ele. Veja o povo embriagado pela sua própria ferocidade e ouço os seus gritos: “Fora com Ele, solta-nos Barrabás! Crucifica-o! Crucifica-o!”.
Lembrete:
Aqui chamamos Jesus de “Pontífice”. Ora, Pontífice é o “construtor de pontes”. Os bens deste mundo devem ser geridos para “fazer pontes”, estabelecer relações humanas boas e generosas, e nunca para erguer muralhas e cavar fossos.
A alternativa a essa conversão cristã ao pobre e à gerência dos bens em vista do bem do pobre é uma sobrevida cada vez mais cruel em condomínios fechados, helicópteros e carros blindados, sempre mais ameaçados por tantos milhões de seres duplamente desumanizados: tanto pela agressiva marginalização como pela propaganda intensa de que o fim de todos nesta terra é acumular e gastar conforme o próprio prazer.

27 de mai. de 2012

NTES DE HERODES

“O mais belo dos filhos do homem” (Sl 45,2).
Procuro dar-me conta de “a que vou”; recordo a matéria e faço a petição de orar bem.
O relato nos faz ver Jesus vindo do palácio de Herodes, que não havia encontrado crime para condenar Jesus; ele se encontra agora, novamente, diante de Pilatos. Depois de o fazer chicotear, Pilatos quer livrar Jesus. Mas o Inocente termina ultrajado como falso rei, trocado por Barrabás e condenado à morte.
Imagino-me na corte de Herodes, que, aborrecido pelo silêncio do prisioneiro, com ares de desprezo e gozação, faz que Jesus receba “um manto esplêndido”. Depois o manda de volta a Pilatos: “Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos, que eram inimigos, fizeram as pazes” (Lc 23,12).
Peço ajuda divina com olhar fixo em Jesus, peço-lhe condoer-me com ele, reconhecendo ser por meus pecados que é entregue e condenado.
Veja Jesus, agora no interrogatório de Pilatos, que, considerando-o inocente, no entanto manda flagelá-lo. Acredita, covardemente, que assim suscitará compaixão do povo e contentará os adversários do Rabi da Galiléia. Substituo também a justiça pelo cálculo “político”?
Não fujo de estar presente à flagelação: os golpes estraçalham “o mais belo dos filhos do homem” (Sl 45,2). E o contemplo reduzido a uma figura cruel: “verme e não homem” (Sl 22,6). Está totalmente impotente diante dos flagelos, que rompem a sua pele e rasgam a carne. Condoendo-me com a sua dor, rezo com lágrimas e súplicas, se o Espírito me der tanto coração. É por mim e por toda a humanidade que padeces tão duramente, Senhor Jesus!
Meditação:
Tempo de se pôr na Presença dele que muda a dispersão em comunhão, a insegurança da dúvida, a dureza da incredulidade naquela fé que caminha “como se visse o invisível” (Hb 11,1). A realidade viva do Ressuscitado faz da vacilação, tristeza e descrença matérias-primas para levantar as “colunas” (Gl 2,9) da “sua” igreja (Mt 16,19). O povo de Deus quer fazer crescer até que venha a ser “a cidade de Deus com os homens”, a brilhante “Jerusalém”, onde se reúnem, afinal, as multidões de todas as cores, vozes, origens (Ap 21 e 22).

26 de mai. de 2012

BARRABÁS

“Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos, que eram inimigos, fizeram as pazes” (Lc 23,12).
Pilatos quer livrar Jesus. Mas o Inocente termina ultrajado como falso rei, trocado por Barrabás e condenado à morte.
Composição vendo o lugar: imagino-me na corte de Herodes, que, aborrecido pelo silêncio do prisioneiro, com ares de desprezo e gozação, faz que Jesus receba “um manto esplêndido”. Depois o manda de volta a Pilatos: “Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos, que eram inimigos, fizeram as pazes” (Lc 23,12).
Quero acompanhar Jesus, ensanguentado, desfigurado, coroado de espinhos. Pilatos o apresenta assim a multidão: “Eis o Homem!”.
Pedido de socorro divino: com olhar fixo em Jesus, peço-lhe condoer-me com ele, reconhecendo ser por meus pecados que é entregue e condenado.
Entrando mais na contemplação, detenho-me lembrando de Jesus diante de Herodes Antipas. Ele considera Jesus um espetáculo, objeto de curiosidade, quer ver um milagre, conforme a fama do Nazareno. Jesus conhece a sua falsidade e a sua leviandade. Jesus está rodeado pelos soldados, cortesãos e sacerdotes. E eu também estou lá, ouvindo suas acusações contra Jesus.
Muitos sucumbiram nestes momentos, quando a vida como que perde toda a beleza, o interesse, o sentido. A depressão vai se fazendo total. Chegamos a desejar e até procurar a morte.
Meditação:
Compadecido das caçoadas que Jesus padece, contemplo-o amorosamente, Ele, que, desprezado, não abre a boca. Permanece calado. Ouço e empenho-me para compreender o seu silêncio. Rezo com fervor dolorido e acompanho-o quando ele é mandado para Pilatos, revestido de “um manto esplêndido”, um dom de sarcasmo de Herodes: “Ele não se diz rei, então que o vistamos com um rei!”. Querem fazer de Jesus um agitador político, mais um perturbador da ordem.
“Das profundezas grito por ti, Javé!...
Minha alma se volta para ti, mais que a sentinela para o lado do nascente,
Mais do que a sentinela para o lado da aurora...” (Sl 130, 1-6).
Detenha-se um pouco... Deixe-se tocar por uma dessas expressões de desejo de Deus... Faz bem repeti-la de si para si...

25 de mai. de 2012

JESUS QUE PADECE

“De fato vocês vão beber no meu cálice. Quanto aos lugares, um à minha direita e outro à minha esquerda, não me cabe concedê-los, mas são daqueles a quem o meu Pai os destinou” (Mt 20,20-23).
Estamos num mundo onde Deus é cobrado, questionado e negado. “Pintamos e bordamos”, decidimos que Deus é uma crendice perigosa, que a religião causa discórdia e que ela não deve ter espaço num mundo a ser regido apenas pelo que os legisladores e a opinião pública acham melhor num certo momento. Manipulamos. Crime eleitoral se transforma em recursos não declarados. A justiça, sobretudo para o desamparado, é tarda e é falha. E questionamos Deus “Como é que se permite?!”; “Ele não existe!”; “Ele não tem nada a ver com este mundo!”.
O processo contra Jesus se arrasta até nossos dias. E Ele não convoca legiões de anjos, mas manda que os seus seguidores guardem a espada e dêem a outra face. Como entrar em colóquio com o Inocente condenado, verdadeiro Deus e Salvador nosso?
Na sua inocência, Ele nos questiona, com os olhos bons com que questionou Simão Pedro, que tinha acabado de renegá-lo. É a Ele, Servo Sofredor, o Abandonado e o Inocente, que nos dirigimos em oração. Tempo de abrir o coração, de dizer-lhe o que nos aproxima dele e o que nos faz fugir e hesitar no seu seguimento. Tempo de nos deixar tocar pelo seu silêncio e pelos seus gemidos. Pelas suas palavras. Pelo seu amor até. Tempo de rasgar o coração. Tempo de, como ele, falarmos ao Pai do Céu, sem autocensura, sobre tudo o que nos faz duvidar, nos faz hesitar, nos faz descrer. E sobre o amor dos olhos dele, do coração dele, que, sem que saibamos como, continua nos atraindo, perdoando e querendo com amor inacreditável.
Meditação:
O Senhor Jesus mergulhou nestas águas fundas, onde o ser humano perde o pé e sente a alma sufocada. Seu mergulho foi tão autentico e encarnado que suou sangue.  
Tempo de olhar os olhos dele, de contemplar a sua face ensangüentada pela nossa obra! Tempo de amar! Tempo de colóquio de oração mais profunda de silêncio unido ao silêncio da Vítima dos nossos pecados!

24 de mai. de 2012

CARIDADE

“Sim, Pai, por que desta maneira é que dispuseste em tua benevolência” (Mt 14, 25-26).
Preparo-me da melhor maneira possível. Peço o auxílio divino de aprender a amar de verdade o Deus Amor, Comunhão e Unidade perfeitas. Empenho-me em ver-me diante do olhar amigo dos olhos bons de Jesus, o meu Redentor, que por mim vai à sua Paixão. Pedro olhou, Jesus olhou!
Tomando o texto da Paixão, leio, pedacinho por pedacinho, sem pressa, parando para deixar que cada coisa repercuta em mim. Se alguma palavra não ecoar no meu coração, insistirei com súplica humilde: que o Espírito aqueça a minha frieza, e torne flexível o que for rígido em mim.
Posso ajudar-me trocando a palavra “caridade” (em algumas versões da Bíblia, “amor”) pelo Nome de Senhor, Jesus, pois creio que Ele é a Caridade Encarnada.
Um grito de reconhecimento e amor lembra a exclamação jubilosa de Jesus: Naquele tempo Jesus disse: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do Céu e da terra, por teres ocultado estas coisas aos sábios e entendidos e as teres revelado aos pequeninos! Sim, Pai, por que desta maneira é que dispuseste em tua benevolência” (Mt 14, 25-26).
Tenho de considerar que Jesus fez isto por mim, um pecador, para salvar-me da destruição que eu mesmo produzo para mim e para meu mundo vital. Para Deus todos os acontecimentos lhe são presentes; assim, são-lhe presentes minhas mentiras, autodecepções e desonestidades. Todas elas permanecem diante do próprio Deus quando Jesus gritava em sua agonia.
Lembrete:
Quando o coração está ferido, existe a impressão de que a felicidade se foi para sempre. Todos os projetos para o futuro aparentemente caem por terra, perdem o valor. As perspectivas parecem lúgubres e desesperadas. Mas, meu bem-amado, “tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu... tempo de chorar e tempo de rir, tempo de lamentar (Ecl 3,1-4).

23 de mai. de 2012

DIVINDADE SE ESCONDE

“Tudo perdoa, crê, espera, sofre” (1Cor 13,7).
Vejamos: o poder de Deus é diferente de como nós o imaginamos e de como gostaríamos de impor também a Ele. Neste mundo, Deus não entra em concorrência com as formas terrenas de poder. Não contrapõe as suas divisões a outras divisões. Deus não envia em socorro Jesus, no monte das Oliveiras, doze legiões de anjos (26,53).
Deus contrapõe ao poder prepotente e inútil deste mundo o poder desarmado e eficaz do amor, que na Cruz e depois – sempre de novo no decorrer da história – “tudo perdoa, crê, espera, sofre” (1Cor 13,7).
A caridade constitui a novidade divina que resiste à injustiça e instaura o Reino de Deus.
Contemplamos a Paixão de Cristo e sugerimos dois pontos específicos:
1° Que consideremos “como Cristo Nosso Senhor padece na humanidade ou o que quer padecer, segundo o passo que contemplo. Começo, então, com muito empenho, esforçando-me para condoer-me, entristecer-me e chorar”.
2° Que consideremos “como a divindade se esconde: poderia destruir seus inimigos e não o faz, e deixa padecer tão cruelmente sua sacratíssima humanidade”.
Deus é diferente, é isto que agora reconhecemos. E isto significa que nós, cristãos e cristãs, precisamos nos deixar fazer diferentes, vivendo o “estilo” de Deus.
Meditação:
E reflito sobre mim mesmo para tirar algum proveito.
Observo atentamente,  que Jesus poderia ter-se retraído à sua natureza divina. Ele poderia ter bloqueado as torturas psicológicas e físicas pelas quais estava passando sua humanidade permanecendo numa paz e calmas infinitas. Ele poderia ter utilizado seu poder infinito e ter destruído intensamente a seus inimigos ou, ao menos, ter posto fim à sua carnificina. Ele, realmente, não fez nada disso, Ele ocultou sua divindade.

22 de mai. de 2012

TRÊS NEGAÇÕES

“Vocês podem beber do cálice que eu vou beber?” (Mt 20,22).
Detenho-me, considerando, com muito afeto, como Jesus está só, incompreendido; como Ele é o Amor que se dá e não agride; Amor que padece em todo o seu corpo, em toda a sua sensibilidade; Amor divino que não vacila em ir onde parece reinar nossa estupidez, a ponto de não nos “parecer bem” que Deus esteja ali.
Preparo o coração. Hoje, vou rezar como Jesus foi preso e Simão Pedro o renegou. Procuro recriar o ambiente interno e até externo de acordo com a matéria que o Evangelho me propõe. Faço, fielmente, a minha oração.
Com o olhar da imaginação me faço presente ao Horto das Oliveiras, naquela noite, depois da Ceia. Tenho presente Simão Pedro, que irá negar Jesus três vezes antes do cantar do galo.
Deixo tudo isto ressoar dentro de mim e rezo para tirar proveito espiritual.
Ponho-me junto a Simão Pedro, que vacila diante da empregada e nega conhecer Jesus: Não sei o que dizes! E até jura: Não conheço este homem! Procuro me dar conta da dor de Jesus quando Simão Pedro nem diz  o seu nome próprio, mas se refere a ele como “este homem”. Jesus passa, ouve e olha nos olhos do discípulo querido, que o renega. Também tenho parte com Simão Pedro.
Aproximo-me o mais que posso dele e vou pedindo graça para reconhecer minhas negações, querendo emendar-me sinceramente.
Lembrete:
É hora para confiar a Jesus as traições, negações e incompreensões vindas de pessoas que eu acreditava amigas. Jesus padece como eu, pois é verdadeiramente humano e sofre com a traição. Sua divindade como que se esconde nessa hora e ele passa por isso por mim e pela remissão dos pecados de cada pessoa que veio a este mundo. Ele está em comunhão conosco, porque nos ama, porque é, pessoalmente, Deus Amor!

21 de mai. de 2012

PEDRO FERE COM A ESPADA

“Em todas as circunstâncias, daí graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus” (1Ts 5,17).
Preparo o coração. Hoje, vou rezar como quando Jesus foi preso e Simão Pedro o renegou. Procuro recriar o ambiente interno e até externo de acordo com a matéria que o Evangelho me propõe. Faço, fielmente,uma oração.
Com o olhar da imaginação me faço presente ao Horto das Oliveiras, naquela noite, depois da Ceia Eucarística. Ali se dá a prisão do Mestre pela traição de Judas. Tenho presente Simão Pedro, que irá negar Jesus três vezes antes do cantar do galo.
Diante desta realidade, peço o Poder Divino de permanecer junto a Jesus, bem ao lado dele, sentindo com Ele sofre com o beijo de Judas e não menos com a negação de Simão Pedro, o chefe que ele escolher para o grupo dos Doze.
Procuro ir entrando na contemplação, vendo as pessoas, dando atenção sobre o que falam e como falam, observando o que fazem. Olho Jesus, exausto da sua agonia, sendo entregue aos soldados com o beijo da traição. Judas saúda: “Salve, Rabi! Salve Mestre!”.
Lembro das minhas “saudações” a Jesus e reflito em como têm sido distraídas, sem reverência e sem carinho interiores, para tirar proveito espiritual.
Ponho-me a ouvir a resposta de Jesus, que revela a sua grandeza divina: “Judas, com um beijo entregas o Filho do Homem?”. E diz aos soldados: “Vistes com espadas e paus para prender-me como se prende um ladrão? Eu estive convosco todos os dias e não me pusestes as mãos”. Na Paixão do Senhor se revelam a nossa brutalidade e a nossa covardia, a nossa submissão idolátrica à autoridade injusta. Jesus revela o seu coração e nos revela os nossos corações, necessitados de amor sincero e cheio de ânimo.
Meditação:
Percebe como Simão Pedro age impetuosamente, como quem ainda não assumiu a responsabilidade pelos próprios impulsos e sentimentos: puxa da espada e agride um dos empregados do sumo sacerdote. Jesus o repreende: “Guarda a espada. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Eu poderia pedir a meu Pai doze legiões de anjos”.
Vejo, ouço e reflito sobre os meus impulsos para aprender com o Mestre.

20 de mai. de 2012

PRATICANTE ATIVO

“Não como ouvinte distraído, mas como praticante ativo, esta pessoa será feliz no que realizar” (Tg 1,23).
Entrando no mistério da Paixão, anotamos cuidadosamente os três pontos iniciais da contemplação:
Ver as pessoas da ceia e, refletindo sobre mim mesmo, procurar tirar algum proveito. 2) Ouvir o que dizem e também procurar tirar algum proveito. 3) Olhar o que fazem e tirar algum proveito.
Algumas pessoas se contentariam em olhar à cena evangélica usando a imaginação de algum modo. Outras procurariam ouvir o que dizem as pessoas, sobretudo a Pessoa Divina de Jesus, e até observar os Seus gestos reveladores, como o lava-pés, Bom, sem dúvida! Pedimos mais, propomos algo melhor.
Contemplar não é ficar como assistente de um filme ou de uma peça sacra. Quantos vão ver filmes sobre Jesus ou espetáculos como a representação da Paixão e saem dali sem fruto de uma conversão mais profunda e comprometedora.
Por isso, insistimos que coloquemos “lá”, no mistério que o Evangelho abre para nós, com todo o poder de Palavra da Vida. “Refletimos sobre mim mesmo” quer dizer que me deixo questionar, iluminar, aquecer pela Palavra Viva e pelo Gesto de amor de Cristo, o meu Salvador.
Lembram o conselho do apóstolo Tiago: “Quem ouve a Palavra sem a praticar se assemelha a uma pessoa que se olha no espelho e logo vai embora, esquecendo-se do que viu. Pelo contrário, quem se aplica atentamente à lei perfeita, à lei da liberdade [o santo Evangelho] e nela ficar constante, não como ouvinte distraído, mas como praticante ativo, esta pessoa será feliz no que realizar” (Tg 1,23).
Meditação:
Observo o que Jesus sofre como ser humano que é. Um homem saudável na plenitude de sua vida, é traído, encarcerado, torturado, falsamente condenado e executado. O que passa pela mente e pelo coração de um homem saudável quanto é tratado desta maneira? Que ira e ressentimento o põem à prova? Que amarguras? Como Jesus lidou com tudo isto? Tenho de recordar também que Jesus escolheu livremente passar por todas estas obscuras agonias a mais.

SINTONIZAR O SILÊNCIO

            O discípulo perguntou ao Mestre: “─Como posso chegar à Iluminação?”, e o Mestre respondeu: “─Praticando o silêncio.” Silêncio é Iluminação e Iluminação é silêncio. Depois o Mestre continuou: “─Sabe como nós podemos ser úteis para este mundo? Procurando entendê-lo.” “─E que coisas podemos fazer para entendê-lo?” O Mestre disse: “─Retirando-se dele.” “─Como então servir a humanidade?” O Mestre respondeu: “─Procurando entender a si mesmo em silêncio, ajudamos o mundo.
Cada ação tem uma reação. Para termos a reação correta é necessário parar a vida ativa, e meditar. Vivendo no silêncio sem ação, a nossa vida ativa passa a ter reações corretas.
            O Mestre se tornará, ainda em vida, um ser quase lendário. Dizem mesmo que o próprio arcanjo Gabriel o consultou um dia: “Eu desejo brincar de esconde-esconde com a humanidade; perguntei aos outros anjos qual o melhor lugar para esconder-me. Uns me disseram que era o mar profundo, mas outros me apontaram as montanhas, com seus picos altos e nevados. Sugeriram também a lua e os astros...” O Mestre então lhe disse: “Meu Senhor, vá se esconder no coração humano! É o último lugar em que alguém no mundo irá procurá-lo.”
            Queremos sintonizar com o silêncio. Ouvimos o silêncio na música das estrelas, e em pequenos sons os quais criam beleza, paz e reflexão. Nós percebemos o silêncio nos sons do campo e nos sons da cidade, em grandes barulhos dos automóveis e nos tons suaves e amáveis das crianças.
            O cosmo é uma grande orquestra. Interiorizando cada nota musical da orquestra cria-se um “estado de maravilha.” Antes de vivermos no silêncio deste “estado de maravilha”, lavamos pratos e dirigimos automóveis de uma maneira. Depois da Iluminação fazemos as mesmas coisas, porém com ação magnífica na contemplação. No silêncio, os ouvidos são instrumentos de felicidade e gozo. Em silêncio captamos a música de todo o Universo com harmonia, como uma sinfonia.
            É muito bom termos passearmos sozinhos ou com amigos no silêncio entre as florestas e campos. Daí percebemos as formas musicais dos rios, das cachoeiras, das fontes e do mar.
Procuremos o “Grande Divino Otorrino”, o Espírito Santo, e peçamos-Lhe que apurem em silêncio os nossos ouvidos.

19 de mai. de 2012

AFASTE ESSE CÁLICE

“Mas não se faça como eu quero, mas como tu queres!” (Mt 26,39).
Faço minha oração com o maior cuidado e a maior reverência.
Jesus sofre o que tantos de nós sofremos a ponto de descrer da bondade, de negar o Pai! Como é possível que Ele não intervenha?  Jesus está tão sozinho na claridade da lua cheia que escoa pelas ramagens das oliveiras. Está prostrado.
Mas insiste na oração: “Pai, afasta de mim este cálice!”.
E o Pai não afasta o cálice, mas o Anjo Consolador traz ânimo à doce humanidade de Jesus, fortalecendo-o para que ele reze: “Pai, se não é possível que este cálice passe por mim sem que eu o beba, faça-se a tua vontade, e não a minha!” (Mt 26,42). Então Ele se levanta e nos diz: “Basta! Chegou a Hora!”.
Com Ele, por Ele e n’Ele rezo a minha dor e a dor da Humanidade. Expresso gratidão, pois Ele leva sobre si as nossas angústias e dores, tirando os nossos pecados. Assim, entro num colóquio de oração mais profunda, retomando o que mais me afetou nesta contemplação. Peço o amor de aproveitar o Sangue derramado por mim também.  
No meio da provação e no meio da alegria, assim como Jesus, que exultou pela revelação da Boa Nova aos pequeninos e, na hora de sua agonia, voltou-se para o Pai: Meu pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice! Mas não se faça como eu quero, mas como tu queres! (Mt 26,39). Também na Carta de Tiago: Entre vós há quem sofra? Que reze! Está alguém alegre? Que entoe cânticos! (Tg 5,13). E o Apóstolo Paulo: Rezai sem cessar. Em todas as circunstâncias, daí graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito em Cristo Jesus (1Ts 5,17).
Meditaçao:
“Salva-me, ó Deus, as águas atingem o meu pescoço! Afundo no lodo de um abismo, sem ter onde me apoiar. Como chumbo mergulho nas águas fundas, e o redemoinho me engole. Estou esgotado de tanto gritar, a minha garganta requeima, e os meus olhos se gastam na espera do meu Deus...” (Sl 69,1-4).
Rezar este Salmo, não foi suficiente para que os discípulos chegassem a ficar firmes, na companhia do Senhor durante a grande tempestade da sua agonia, paixão e morte de Cruz.

18 de mai. de 2012

SEGREDO DO CORAÇÃO

“Senhor, que todas as minhas intenções, ações e operações sejam ordenadas puramente para o serviço e louvor de sua Divina Majestade”.
É bom lembrar como rezar em segredo.
Prepare-se! Disponha-se ao máximo. Deixe-se envolver pelo clima de oração. Junto ao lugar que você escolheu para orar, fique de pé. Faça uma reverência: Deus está presente. Ele se faz o Presente para você...
Se desejar rezar em pé: repouse o corpo e espírito: deixe o peso do corpo apoiar-se nas plantas dos pés... afaste-as uma da outra para que você tenha um bom equilíbrio... sinta-se plantado junto de Deus, o Rio de Águas Vivas... deixe os braços penderem livres, solte os ombros, permitindo que repousem dos pesos de responsabilidades que carregam... endireite a coluna, tantas vezes pressionada, tensionada... que o seu queixo não esteja nem empinado nem abaixado... pense em alguma coisa boa e agradável, sorria, descansando os músculos do rosto... repouse o olhar sobre uma imagem do Senhor na agonia, ou sobre o horizonte, ou, simplesmente, cerre os olhos, sinta o ar que vai e vem pelas narinas: é o sopro da vida, o dom de Deus do barro de que nos fez: “Então Javé deus moldou o homem com o barro do chão, soprou em suas narinas, um hálito de vida, e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2,7)... repita então os nomes “Jesus... Jesus” no segredo do coração... deixe-se pacificar, aquietar... acolha os barulhos: são sinais de vida... Deixe o silêncio fazer-se dentro de você... o Pai, que vê o que você faz no segredo do coração, lhe dará a recompensa (Mt 6,6)...
Peça então, ao Pai, a graça de poder orar, de estar com Ele e com o Espírito Santo nesse tempo que você separou para sua oração diária.
Peça a graça para tratar da vida com o Deus da Vida, pois esta é uma questão de amizade, liberdade, portanto coisa gratuita, de graça!
Pode rezar, também, sentado, deitado ou de joelhos.
Acomode-se agora no lugar escolhido para sua oração. Quem sabe um cantinho que você organizou com alguma imagem que lhe faça bem.
Lendo a Bíblia, deixe que as palavras escritas o ajudem a “ver” Jesus, os companheiros, ou você mesmo... Que as palavras envolvam você naquilo que o evangelho lhe mostra e revela: o mistério de Cristo! Na hora da oração, recorde a história, com toda simplicidade com que o evangelista a relata.

17 de mai. de 2012

AGONIA DE JESUS

“Entrou em agonia e orava mais insistentemente ainda. Seu suor tornou-se como gotas de sangue a correr para a terra” (Lc 22,24).
Faço minha oração com o maior cuidado e a maior reverência, porque, por meus pecados, o Senhor vai à sua Agonia, à sua Paixão.
Acompanho Cristo Jesus, vindo do alto de Sião, a parte alta de Jerusalém, descendo a escadaria até o fundo do vale do Cedron e subindo a encosta do monte das Oliveiras até o Horto, onde permitiam-lhe acolher-se com os seus amados discípulos. Jesus começa a rezar.
Ele se levanta, algumas vezes, e tenta sacudir o torpor dos três amigos. Tenta adverti-los: “Vigiem! Orem para não cair em tentação!”. Esquecemos do que Ele nos advertira: “Esta noite serei ocasião de queda para vocês” (M t 26,31). Como eles, tenho ficado inerte, sem vigilância, rotineiro(a) na vida de oração e tenho caído na incapacidade de amar o Amor! Nada me comove, nem mesmo o que Ele confidencia: “Minha alma se apavora com pavor mortal!”.
Sua dor é espantosa: “começou a ter pavor e angústia” (Mc 14,33); “Entrou em agonia e orava mais insistentemente ainda. Seu suor tornou-se como gotas de sangue a correr para a terra” (Lc 22,24).
Sua divindade parece escondida. Rezo o que me vier ao coração, procurando tirar proveito para ser convertido.
Olho o meu Senhor e Amigo fiel, que desce ao abismo das nossas angústias, a sua humanidade está exausta, o seu ânimo se perdeu e o medo parece dominá-lo inteiramente, os seus discípulos o deixam sozinho, o Pai parece indiferente.
Meditação:
Jesus tinha falado antes na última ceia: “Eu vos declaro: não beberei doravante deste vinho da videira até o dia em que eu o beberei novamente convosco no Reino”.
Se o coração pedir, pode ir acolhendo outras palavras do Senhor na conversa daquela noite:
“Permanecei em mim... Eu e o Pai somos um. Quem me vê, vê o Pai... Já não vos chamo servo, mas amigos... Que sejam um como eu e Tu, Pai, somos um... Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei... O Pai vos dará um outro Paráclito, um outro Consolador, que permanecerá sempre convosco. Ele, o Espírito da Verdade... O Espírito Santo... Ele vos ensinará... Que vosso coração cesse de se perturbar e temer. Eu vos deixo a Paz, a minha Paz...”

16 de mai. de 2012

GETSÊMANI

“A oração resulta da ação do Espírito do Pai que se une ao nosso espírito” (Rm 8,16).
Faço minha oração com o maior cuidado e a maior reverência, porque, por meus pecados, o Senhor vai à sua Agonia, à sua Paixão.
Acompanho Cristo Jesus, vindo do alto de Sião, a parte alta de Jerusalém, descendo a escadaria até o fundo do vale do Cedron e subindo a encosta do monte das Oliveiras até o Horto, onde permitiam-lhe acolher-se com os seus amados discípulos.
Ele deixa oito deles repousando na gruta do espremedor de azeitonas, o “Getsêmani”. Afasta-se com Simão Pedro, Tiago, e João. Posso ir, como Marcos, o rapaz envolto em um lençol, pelas sombras das oliveiras, e segui-los discretamente. Ele faz que paremos e se distancia como pelo alcance de uma pedrada. Então peço, aqui, a força imensa de “sentir dor com Cristo doloroso; abatimento com Cristo abatido; lágrimas e pena interior por tanta pena que o Senhor passou por mim”.
Olhos fixos em Jesus, penso como Ele ora intensamente e entra em agonia externa: “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice”.
Refletindo sobre mim mesmo para tirar algum proveito espiritual, recordo o que Paulo vai nos dizer: “Tenham os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Ele nos amou até o extremo (Jo 13,1). Peço auxílio de saber como Ele aceita unir aos seus sentimentos nesta agonia os meus sentimentos de dor, angústia, pavor, tristeza. Empenho-me em obter o favor de condoer-me e entristecer-me com Ele, sofrendo pela minha humanidade egoísta e rebelde ao Amor-amor.
Meditação:
Tratarei de entrar nos acontecimentos da morte e sofrimentos de Jesus. Permitir-me-ei estar aí, talvez caminhando com Jesus pelo Horto das Oliveiras.
“Somos atribulados de todos os lados, mas não esmagados. Postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses. Perseguidos, mas não abandonados. Prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda a parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo. Com efeito, embora nós vivamos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida seja manifestada em nossa carne mortal” (2Cor 4,8-11).

15 de mai. de 2012

O AMADO

“E teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te dará a recompensa” (Mt 6,5-6).
Quer condoer-se com o Amado que sofre por seu amor, percebendo que perdeu tempo demais não acompanhando o Amado. Intui que o seu pecado maior é não ter amado Aquele que é Amor por um pobre e excêntrico “amor à própria pele”. Não queremos “um coração de pedra”, incapaz de seguir o Amado na tristeza e na alegria, na saúde e na doença, na Paixão e na Ressurreição. Rejeito este coração empedrado, incapaz de amor para valer, amor, comunhão de verdade, amor que não é solidão aberta ou disfarçada.
Pois não é verdade que existem tantos de nós que unimos os corpos, mas não unimos o sentir, o querer, o entender, e vivemos solidões a dois ou a muitos?
Sim, tantas vezes nós nos cuidamos tanto que ficamos sozinhos no meio da multidão. Podemos até ter casas, mas não temos lares, ter gerado biologicamente filhos, mas não famílias, ter constituído exteriormente comunidades, mas permanecendo interiormente miseráveis e nus.
Não tenhamos medo de ir com Jesus à Agonia se Ele nos chamar! Não fujamos de acompanhá-lo na hora de oração silenciosa e amante, no combate espiritual que repercute em todo o corpo e faz a carne tremer e até suar sangue.
Em oração fiel, supliquemos seu Espírito divino de Amor-amor para condoer-nos com Ele, o Cristo doloroso! Abater-nos com Ele, o Cristo quebrantado e abatido! Chegar mesmo, neste exercício, com a sua ajuda imensa, até as lágrimas, com pena interior “por tanto que o Cristo passou por mim”.
Meditação:
Do coração humano, do seu íntimo, do segredo do coração, como diz Jesus: E quando rezardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar com ostentação (...) para aparecerem diante dos outros. Eu vos declaro esta verdade, já receberam a sua recompensa. Mas, quando rezares, entra em teu quarto, fecha a porta, e reza a teu Pai, que está presente até no segredo. E teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te dará a recompensa (Mt 6,5-6).
Como disse o Apóstolo, a oração resulta da ação do Espírito do Pai que se une ao nosso espírito (Rm 8,16).

14 de mai. de 2012

AMOR

“Deus é amor e quem vive no amos vive em Deus” (1Jo 4,8).
Vamos deduzir o que é amor. Temos muitos enganos quanto ao que chamamos de “amor”. Até dizemos que é amor o que não passa de um brilho rápido, que ofusca por um momento, labareda que queima as nossas “asas” e nos deixa rastejando para a morte.
O amor é realista. Os bons pais sabem que os filhos dão trabalho e até desgostos. Sabem que vão sofrer para criá-los, mas preferem tê-los a não os ter, porque amam. E o amor “paga” toda canseira! Quem, com o Evangelho no coração, contempla Cristo Rei, quem se ofereceu a Ele, no Espírito de Amor, “para o que desse e viesse” tem no amor toda a recompensa. Não desiste do amor, mesmo passando pela agonia. Permanece com o Amado por onde Ele for. Somente teme abandoná-lo, traí-lo, perdê-lo ... Quer ser fiel e leal.
Quando quem ama dá-se conta do que o Amado suporta por seu amor, percebe o seu coração bater grato e contente. Quando percebe o quanto tem sido indiferente a tanto amor, quando se arrepende dos seus adultérios, uso de álcool e outras drogas e ingratidões, então pode fazer o seu pedido, “dor, sentimento e confusão, porque, por meus pecados, o Senhor vai a sua Paixão”.
Na força destas descobertas interiores, quem ama quer condoer-se, pois percebe como tem sido frio e inerte diante do amor do Coração de Cristo. É como um filho ou um marido que finalmente, vê, muito tarde, com que amor foi amado, todo o amor que passou por ele, enquanto ele se mantinha descuidado, desinteressado.
Lembrete:
Na medida em que vou recordando os acontecimentos, componho-me nos lugares onde eles se sucederam: Getsêmani, o pretório, o calvário.
Peço então o que quero: quero afligir-me com os sofrimentos e a morte de Jesus. Quero estar triste, e até chorar. Manifesto a Deus que quero trabalhar para isto, seriamente, ainda que me seja difícil.

13 de mai. de 2012

COME COM JESUS

“E o próprio Espírito se une a nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus” (Rm 8, 15-16).
Alimentar-se pode e deve ser feito com discernimento. Contemplando Jesus e os seus amados discípulos, na Última Ceia, intui-se como é cristão e humano o ato de alimentar-se.
Olhe para um almoço preparado, ainda que muito informal, em casa, servido nas panelas. O que você vê? Arroz, feijão, “mistura”, uma saladinha... Quantos milhões de anos se passaram para que o solo, a água, o ar, o braço do lavrador, o empenho do transportador e do comerciante, a arte de quem cozinha lhe servissem esta refeição? Olhe mais: veja as cores, perceba as texturas, sinta o bom odor de boa comida! E você começa a ter um coração mais preparado para abençoar a Deus e tanta gente por estes saborosos dons. Tempo de rezar!
Se tanto cuidado, tanta arte e tanta inteligência foram despendidas até este almoço, você não pode destoar, avançando na comida, devorando sem prestar atenção, arrumando de qualquer jeito o seu prato. Com discernimento e arte, cuide para que as comidas formem um conjunto bonito e harmonioso, espiritualizado no seu prato. E cada garfada ou colherada será um ato de reconhecimento, gratidão, celebração, um ato de “eucaristia” (“a boa ação de graças”). Prove, perceba o sabor e a textura, o odor de cada coisa.
Lembrete:
O Apóstolo Paulo nos relembra: Não recebestes um espírito de escravidão para recairdes no medo, mas recebestes o espírito de filhos, que nos faz clamar: Abbá! Meu Pai! E o próprio Espírito se une a nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus (Rm 8, 15-16).
Como sempre, recolho-me para estar totalmente presente a Deus, o Senhor, e peço-lhe para que minha oração lhe seja agradável.
Recordo por um momento que os acontecimentos que estou rezando realmente se sucederam. Jesus de Nazaré, Filho de Deus, foi destroçado por seus inimigos. Antes na mesa de amor Cristo deu a sim mesmo.

VIDA

Alguns discípulos queriam que seu Mestre vivesse alguns milhares de anos. Ele respondeu: “Absolutamente não.” Indicou que queria viver aqui e agora com boa qualidade de vida. O Mestre ensinou que muitos homens só ficam respirando, comendo, passando pela vida sem viver, não vivem este segundo, não tomam consciência da sua vida e nunca abrem os seus olhos ou têm um despertar. Tudo para eles é um rótulo sem sentido. Realmente, a palavra “eu” é um ponteiro que indica o ser humano em toda a sua glória e alegria.
            Nós podemos controlar “Nick”, nosso cachorro, com um clique de controle remoto; mas não a nossa Vida. Einstein escreveu que é mais difícil desintegrar um preconceito do que um átomo. Acredito que é ainda mais difícil terminar com os preconceitos nas palavras de nossos pais. Somos marionetes programadas pelas vozes do passado. Jesus nos ensinou: “Se alguém quer vir em meu caminho, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”. Pense em um acontecimento recente e desagradável. Como está reagindo? Se fosse em outra pessoa, o seu sentimento seria o mesmo? A solução é: só olhe o acontecimento não julgando nada, e o problema desaparecerá imediatamente. O importante é observar as suas reações a cada acontecimento sem julgar, sem questionar: só observar.
            É importante jogar fora o passado. Deixá-lo sair, largar a bagagem. Com as suas mãos faça um “X” e fale: cancelado! Cada vez que voltar o pensamento, faça outra vez o “X” e repita: cancelado, cancelado, cancelado! Faço isto muitas vezes, diariamente. Tento viver só no aqui e agora; somente neste segundo. É interessante pensar que sempre vamos ficar felizes. Como quando eu me casar, viverei. Quando tivermos filhos, viveremos. Provavelmente vamos morrer antes de viver verdadeiramente, despertado e alerta.
            O barqueiro João nunca visitou a Basílica porque tinha muito para cuidar no ambiente do rio. Os passageiros nem notaram o rio e nem olharam o Santuário. Buda procurava a paz, até que um dia, sentado debaixo de uma árvore, foi iluminado. Chegou! Ele aprendeu a fazer uma coisa de cada vez. Para os seus discípulos ele verbalizou as suas idéias dizendo: “Como, comendo. Canto, cantando.” Fez as mesmas coisas, mas numa maneira completamente diferente. O Dia de Ação de Graças é importante. Preparamos um peru para nossos convidados. Dialogando sobre os eventos da vida, nem percebemos que estamos comendo o peru com um delicioso recheio. Quando vamos a um restaurante não comemos o menu. As notas escritas da música não emitem o som do violão.
            Viver significa “ser você.” Desperte-se. Abra os seus olhos. Não seja a marionete. Programe a sua vida. Viva neste segundo. Isto é oração? Sim! O Bailarino está dançando conosco no magnífico Balé. A mãe trabalha e sempre sabe o que a sua criança está fazendo. A mãe presta atenção ao que é importante. Jesus nos chama, não só para a Espiritualidade, mas para a vida. Ele falou: “Eu vim para que os homens tenham a vida e a tenham em abundância.”

12 de mai. de 2012

“BANHO” DE PÉS

“Desejei comer esta Páscoa com vocês” (Lc 22,15).
Contemple ao rápido diálogo entre Jesus e Simão Pedro sobre lavar os pés. A resistência do apóstolo é vencida. Simão Pedro, enfim, aceita que este “banho” lhe é necessário e a cada um de nós, para podermos participar do “manancial” de vida e comunhão que jorra nesta “sala superior”. Contemplo, percebo o que me ocorre interiormente e rezo conforme pedir meu coração ou perceber que me é necessário, se estou “aquecido” ou “frio”, encorajado ou temeroso, etc.
Invoque o Espírito Santo com mais fervor para ir encontrando nesta nova etapa da vida de Jesus.
Pergunto-me: “O que estou indo fazer? A que vou?”.
Componho o lugar interior para continuar a contemplação, colocando-me no ambiente da festiva semana da Páscoa em Jerusalém. Festa solene!
Peço, aqui, o poder da abertura da inteligência e do coração para ir entrando no Ministério do amor desmedido de Jesus, amor até a entrega da própria vida.
Lembrete:
A estrutura da oração, meditação e contemplação, continua a ser a mesma. Poderíamos ter alguma dificuldade com o numero de detalhes e a maneira impetuosa em que se desenvolvem os acontecimentos. A primeira coisa que os primeiros discípulos escreveram foram os detalhes da paixão e morte do Senhor, querendo que não se esquecessem nada. Depois escreveram o resto das escrituras.
Estes acontecimentos e detalhes, sem dúvida estão longe de ser lugares comuns. Necessitamos estar atentos e permitindo que elas iluminem cada acontecimento na Paixão.
Finalizo acolhendo as luzes e inspirações que me tenham sido dadas durante a oração. Em diálogo amoroso, empenho-me em ser convertido, inflamado pelo amor do Coração de Jesus. Rezo o Pai Nosso.

11 de mai. de 2012

JESUS LAVA OS PÉS

“Se sabeis essas coisas, bem aventurados sois se as fizerdes” (Jo 13, 17).
Depois das orações pessoais, que já me habituei a fazer, invoco na oração o Espírito Santo com mais fervor para ir encontrando nesta nova etapa da vida de Jesus.
Pergunto-me: “O que estou indo fazer? A que vou?”.
Componho o lugar interior para iniciar a contemplação, colocando-me no ambiente da festiva semana da Páscoa em Jerusalém. Festa solene!
Peço, aqui, a força da abertura da inteligência e do coração para ir entrando no Ministério do amor desmedido de Jesus, amor até a entrega da própria vida.
Procuro perceber, pelas fisionomias, o que vai pelos corações dos discípulos, ainda debatendo quem seria “o maior”. Olho para o meu próprio coração. Contemplo. Rezo.
Jesus ensina também pelos seus silenciosos gestos. Os evangelista Marcos, Mateus e Lucas fixaram as palavras de doação e consagração. Mais tarde João nos legará as expansões do seu Coração e até a sua oração ao Pai: “ Se sabeis essas coisas, bem aventurados sois se as fizerdes” (Jo 13, 17).
Meditação:
Observo a calma e a ternura com que Ele se levanta, tira o manto, prende uma toalha na cintura, ajoelha-se diante de cada um dos Doze, incluindo Judas Iscariotes, e lhes lava os pés. Contemplo e considero: são gestos de um servidor, uma maneira de se colocar diante do que está “sujo” nos outros. É preciso purificar. Para purificar é preciso se aproximar, criar comunhão, romper a barreira de categorias e classes, “maior” e “menor”. Reflito sobre mim mesmo para tirar algum proveito.
Mantenho em mente que entramos no abandono em que está Jesus – e entramos realmente neste abandono, porque nos abandonamos a nós mesmos. Ele fez de si mesmo o verdadeiramente abandonado. Ele poderia ter conseguido que nada nem ninguém o tivesse colocado nas mandíbulas da morte. O Senhor Deus determinará quando você entrará nela. Confia nele.

10 de mai. de 2012

ANTES DA CEIA

“É Jesus quem toma a iniciativa da preparação” (Lc 22, 7-13).
Depois das orações pessoais, que já me habituei a fazer, invoco na minha oração o Espírito Santo com mais fervor para ir encontrando nesta nova etapa da vida de Jesus.
Pergunto-me: “O que estou indo fazer? A que vou?”. Repasso os textos bíblicos com carinho e veneração.
Componho o lugar interior para iniciar a contemplação, colocando-me no ambiente da festiva semana da Páscoa israelita em Jerusalém. Festa solene! Ansiosamente esperada todo o ano, celebrada por todo judeu fiel. Memória da saída da escravidão no Egito! Jesus também a celebrava com os seus. Observo o ambiente da sala da Ceia (o “Cenáculo”), onde vai acontecer o “lava pés” e mistério da doação do Corpo e Sangue do salvador.
É Jesus quem toma a iniciativa da preparação (Lc 22, 7-13). Escuto, atenciosamente, todas as orientações que Ele dá a Pedro, a João e a mim. Reparo no seu rosto, tranquilo, mas sério. Ele quer tudo bem providenciado para a Sua Ceia Pascal, a Última Ceia (Lc 22, 9-13). Para Jesus e para nós “raiou” o momento festivo tão esperado.
A Páscoa do Senhor é muito sagrada. Empenho-me na preparação e na celebração. Peço o seua auxílio para ter sempre este bom desejo, este bom ânimo.
Meditação:
Entro com os outros na “sala superior”. É grande, tem divãs para os convidados em torno da mesa ampla e baixa, conforme os costumes do Oriente. Há lugares para Jesus e os Doze. Quero ficar ali como prestativo e humilde servidor.
É provável que você descubra estarem algumas das coisas que Jesus fez e algumas das coisas que Ele disse cheias de sentido e significado para você. Seria tolice deixar essas palavras fugirem e caírem no esquecimento. São palavras para serem seguidas na vida. O peso que têm em seu espírito mede a esperança do espírito Santo em você. São como hastes atômicas em sua vida, que geram energia em seu espírito pelo resto da vida.

9 de mai. de 2012

O SEGREDO

“A minha casa é uma casa de oração” (Lc 21,46).
Milhões e milhões de anos, na nossa contagem terrestre do tempo, levou o Criador preparando um simples grão de mostarda ou um ser humano. Desde sempre preparou a Virgem Maria para que nela fosse gerado, por obra de seu Santo Espírito, Jesus, Nosso Senhor. Jesus, por sua vez, preparou os corações e mentes dos discípulos. E também os fez participantes deste “ministério e mistério” de preparação, em particular da preparação da Santa Ceia.
Mostramos que aprendemos a lição amorosa do Pai. Ele nos prepara para mergulharmos na contemplação do Ministério da Morte e Ressurreição do Salvador do Mundo, o Mistério Pascal.
Levemos em conta dois pontos nos mistérios da Paixão, a saber:
• “Como Cristo Nosso Senhor padece na Humanidade ou quer padecer...esforçando-me por condoer-me, entristecer-me e chorar...”
• “considerar como a Divindade se esconde: poderia destruir seus inimigos e não o faz; e deixa tão cruelmente sua sacratíssima humanidade”
Empenhamo-nos seriamente em nos condoer, até as lágrimas, diante da Paixão e Morte na Cruz do Nosso Senhor. Afinal, louvamos o palhaço que esquece da sua dor e se empenha em fazer rir, alegrando a criançada. Também observemos que o grande escândalo do mundo é que Deus poderia impedir tanta miséria e dor, e não o faz. Não destrói os seus inimigos e perseguidores, os seus maus juízes e carrascos.
Meditação:
Podemos descobrir, com o auxílio do Espírito, a Paciência amorosa do Pai e nos envergonhar da nossa impaciência e do nosso recurso fácil à violência.
Entre o segredo do coração de Jesus. Nosso Pai celestial, que ouve o que você lhe diz em segredo, há de recompensar você. Diga o nome de Jesus. O Nome que lhe foi dado para a sua salvação. Diante desse Nome único “se dobram todos os joelhos: no céu, na terra e nos infernos”.

8 de mai. de 2012

CORAÇÃO DE JESUS

“Senhor, ensina-me a orar?” (Lc 11,1).
Preparo-me para o encontro pessoal com Deus no lugar escolhido e na hora marcada. Não esquecerei a oração preparatória.
Procuro imaginar o esplendor do Templo, onde o povo escuta avidamente a Jesus e de penetrar nos sentimentos do seu coração.
“Acabando de pregar no Templo, Jesus voltava Betânia” – Jesus gostava de se hospedar em Betânia, apesar da distância. Procuro perceber o que se passava no amoroso e sensível Coração de Jesus nestas caminhadas, sabendo-se ameaçado de morte. Vou com Ele...
Em Betânia, junto-me como amigo aos três irmãos de Jesus: Lázaro, Marta e Maria. Gozo também desta amizade. Peço a Jesus que eu possa compreender as exigências do plano de salvação, que está para se concretizar em Jesus, o enviado do Pai.
E agora repasso com Jesus as horas em que sofri hostilidade e me vi ameaçado, examino-me: como tenho procedido? Onde encontrar sempre refúgio, ânimo e paz? Rezo.
Finalizo a oração com um fervor maior, recolhendo as boas moções que ocorreram durante a contemplação e respondendo ao que o Espírito me sugere
Meditação:
Jesus é o mestre da oração. Seu exemplo e seu testemunho fizeram os discípulos lhe pedirem: Senhor, ensina-me a orar? (Lc 11,1). Como não sabemos como devemos rezar, o Espírito intercede por nós, com gemidos inexprimíveis. Aquele que conhece profundamente os corações (o Pai) sabe qual é o desejo.
Também queremos conhecer o que Jesus disse. Queremos repetir os ditos de Jesus muitas vezes. Continuamente re-lembramos as palavras de Jesus porque são muito profundas e verdadeiras. Temos certeza de que as palavras que lemos nas traduções dos Evangelhos, são fiéis àquilo que Jesus realmente disse em sua língua.

7 de mai. de 2012

PREGAÇÃO NO TEMPLO

“Ele ficava cada dia a ensinar no Templo” (Lc 19,47-48).
Preparo-me para o encontro pessoal com Deus no lugar escolhido e na hora marcada. Não esquecerei a oração pessoal.
Procuro imaginar o esplendor do Templo, onde o povo escuta avidamente a Jesus, pentrando nos sentimentos do seu coração.
Todos os dias ele ensinava no Templo. Acompanho Jesus indo ao Templo para missão-chave recebida do Pai: “anunciar a Boa-nova”. Revela-se fiel ao Pai. Ele é o verdadeiro Mestre-Rabi.
Procure ouvir cada palavra saída de sua boca, sempre atento às nossas reais necessidades. Palavras cheias de sabedoria, palavras firmes e ardentes, impelidas pelo seu coração, unido pelo Pai no Espírito. Palavras de vida, quer nos agradem, quer nos desagradem.
Coloco-me ao lado de Jesus, empenho-me em perceber como o Seu Reino é diferente. Não é, certamente, o “reino” dos bons negócios, do lucro a qualquer preço em qualquer lugar.
Ele agora está “jurado” de morte. Fixa os olhares dos que o ameaçam. Fixo o olhar de Jesus. Expresso-lhe o que me vem ao coração (coragem ou medo, esperança ou descrença, etc.) quando ele enfrenta ingratidão e incompreensão.
Ao contemplar a vida de Jesus, nosso propósito é vir a conhecê-lo melhor – não da maneira como o biblista conhece as Escrituras ou o historiador a biografia de alguém, mas da maneira como amigos se conhecem. Quanto mais se conhecem, mais se gostam. E, em geral, conhecem-se mais a si mesmos também.
Queremos conhecer e gostar de Jesus porque cremos ser Ele o Caminho de vida para nós. Ele também é imensamente digno de amor em Si Mesmo e atraí milhões a amá-lo de todo o coração. Jesus escolhe não ser apenas Senhor, mas amigo. Com seus milagres maravilhosos e as suas palavras de amor Ele se torna realmente amigo dos que O aceitam.

6 de mai. de 2012

SE DOOU ATÉ O FIM

“Javé verá isto e pedirá contas!” (2Cr 24,20-23).
Na sua Paixão e Morte de Cruz, Cristo, nosso Redentor, se doou até o fim. Talvez não sintamos ainda ânimo para dar também. Reparemos, o mundo tem muitos dirigentes de sociedades filantrópicas, ONGs, congregações e famílias religiosas. Se cada um de nós olha para si, verifica que tem, se não dinheiro, algum tempo para dispor, alguma coisa para colocar a serviço. Todos somos convidados a aprender e praticar a arte de saber doar!
Pedimos agora, o auxílio divino de Deus, saber a resposta da pergunta crucial: “Que devo fazer por Cristo?”. Suplicamos a graça de “ter a determinação deliberada de imitar Jesus Cristo” também no real caminho da Sua Cruz.
Propomos a dinâmica do amor “até o extremo”. Esta é a dinâmica do Espírito do nosso Batismo, que vai nos “configurando” com Cristo. No Batismo somos profetas, reis e sacerdotes.
O Espírito do Amor nos conduz a um amor livre, novo e total: “Amar tudo n’Ele e Ele em tudo”.
Podemos e até devemos nos dar, doar o nosso tempo e os nossos recursos para nossos parentes e amigos, mas observemos três pontos, para garantir a qualidade do amor que leva a doar e a liberdade da doação:
“O amor, que me move, desça do alto, do amor de Deus nosso Senhor”.
“Deste modo, que, antes, sinta em mim que o amor maior ou menor que tenho a amigos e inimigos.”
“Que resplandeça Deus na causa pela qual mais amo estas pessoas.”
Lembrete:
O contrário de orar é assassinar.
 “Geração de assassinos”: A história do assassinato de Abel por Caim (Gn 4,1-16) é bem conhecida. Tomou-se mesmo símbolo do lado medonho das relações humanas. É o primeiro homicídio relatado pela bíblia. Ora, o último assassinato narrado pelo Antigo Testamento foi justamente o desse Zacarias, do qual fala Jesus. Filho do sacerdote Jojada, Zacarias, “revestido pelo Espírito de Deus”, denunciou a traição dos israelitas, que abandonaram Javé e se tornaram adoradores dos ídolos. Então, “eles se coligaram contra ele e, por ordem do rei, apedrejaram-no sobre o pavimento do Templo de Javé”. 
Atingido mortalmente, Zacarias gritou:
“Javé verá isto e pedirá contas!” (2Cr 24,20-23).

5 de mai. de 2012

MONTADO EM UM JUMENTINHO

“Eis que teu Rei vem a ti humilde e, montado numa jumenta” (Mt 21,5).
Preparo-me com algum exercício de pacificação que me seja útil. Faço um gesto de carinho, reverência e acolhimento perante a Trindade. Recordo a história do dia de Ramos, relendo o texto.
Compondo o lugar interior da contemplação, como discípulo, vou buscar o jumentinho, para Jesus montar. Não é a montaria dos reis deste mundo. É a montaria dos humildes. Esqueço as minhas expectativas triunfalistas e peço, aqui, a graça de mais conhecer Jesus, para mais amá-lo e melhor segui-lo.
Jesus monta. Estendemos nossas capas. O que eu quero colocar ao seu serviço a esta altura da caminhada?
A multidão forma alas ao longo da estrada para acalmá-lo. Atapetam o chão com seus mantos e folhagens. Agitam ramos de palmeira, sinais de vitória. Todos gritamos: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”. Como meu coração aclama Jesus? Com calor? Com frieza? Rezo conforme sinto.
Reflito: nos momentos de entusiasmo, tenho esquecido o Evangelho e começado a formular propósitos e tomar decisões sem consultar o Espírito? Sem esperar receber “o selo de garantia” de sua consolação espiritual? Vou fazendo como acho ou tenho o cuidado de retirar-me, como Jesus, para consultar o Pai? Procuro Jesus?
Lembrete:
Vamos observar a fantasia do Sol. Jesus é a luz do mundo. Vejo o sol, noto que o espelho está cheio de luz. Emite tanta luz que eu ficaria cego se olhasse diretamente para ele. Então, percebo que a luz é a luz solar. O sol derrama sua luz no espelho, sem reter nada de sua força e seu brilho. O espelho aceita toda a luz do sol que lhe cabe e que pode receber. Não deixa que suas manchas grandes e pequenas tenham importância; são insignificantes comparadas à luz que o espelho aceita. Então o espelho lança de volta para o sol toda a luz que se derrete em seu coração. Não retém nenhuma luz. Tira toda a luz de seu coração.
Em seguida, deixo a fantasia terminar tranquilamente. Digo a Deus meu Criador e Senhor, todas as coisas que vêm do meu coração.
Entro em colóquio com o meu Senhor e Salvador. Concluo rezando o Pai Nosso.

4 de mai. de 2012

O DIA DE RAMOS

“O povo em multidão estendeu as vestes sobre o caminho” (Mt 21,8).
Preparo-me com algum exercício de pacificação que me seja útil. Faço um gesto de carinho, reverência e acolhimento perante a Trindade. Recordo a história do dia de Ramos, relendo o texto.
Compondo o lugar interior da contemplação, como discípulo, vou buscar o jumentinho para Jesus montar. Não é a montaria dos reis deste mundo, a montaria dos humildes em Israel. Esqueço as minhas expectativas triunfalistas e peço, aqui, a graça de mais conhecer Jesus, para mais amá-lo e melhor segui-lo.
Foi ali no quintal da casa dos amigos em Betânia, que Jesus começou a preparar a Hora de sua entrega definitiva. Ponho-me lá, pois o Evangelho está aberto para mim. Acato a sua ordem de ir buscar a jumenta e o jumentinho. Escuto bem o que Ele diz: “Ide desamarrá-los e trazei-os. Se alguém disser alguma coisa, respondei: ‘O Senhor precisa deles’”.
Indo cumprir o desejo do meu Mestre, quero ir refletindo com meus companheiros: “Por que será que o Senhor escolheu uma montaria tão popular, tão humilde, para entrar em Jerusalém? Não seria melhor um cavalo, como os dos nobres romanos?”. E reflito sobre mim mesmo para tirar algum proveito espiritual.
Posso também considerar que serviços simples Jesus nos pede para colaborarmos com sua obra de salvação: ela dá chance a todos nós, incapazes de grandes e heróicos gestos.
Imagino que caí, não no sol, mas na vida de Cristo, caí no Filho de Deus, caí em Deus. Descanso nessa divina Presença. Na quietude, percebo que estou na Fonte de toda vida e toda existência. Descanso realmente ali, quer preste, ou não preste atenção. Percebo que descansar em Deus significa não sentir nenhum sopro nem vagalhão, nenhum estrondo nem som. Estou muito calmo. Deus é o que age, em tudo.
Lembrete:
Conquistar um objetivo requer toda a atenção; o mesmo ocorre quando se trata de mim. Me seguir exige toda a sua atenção e toda a sua força. Não podes te consagrar a outra causa e continuar me seguindo. Deves esquecer todo o resto. Jesus é importante!

3 de mai. de 2012

“UNÇÃO”
“Maria de Betânia ungiu, segundo São João, os pés de Jesus, numa ceia em Betânia. Gesto de bondade, que o Mestre agradeceu” (Jo 12,1).
As pessoas vão à praia e se “ungem”, “untam” com protetores solares e bronzeadores. Depois há quem se unta com cremes hidratantes. Muitas mães “untam”, “ungem” seus bebês com óleo suave. Os enfermos, tantas vezes, precisam de pomadas para protegê-los de feridas e assaduras. O óleo favorece um toque leve. Maria de Betânia ungiu, segundo São João, os pés de Jesus, numa ceia em Betânia. Gesto de bondade, que o Mestre agradeceu (Jo 12,1).
Jesus nos é apresentado pelo Evangelista numa ceia onde conta com bons amigos e seus queridos discípulos. A ação de Maria, irmã de Marta e de Lázaro, o amigo, é bem vinda para os pés do divino caminhante. Lavar e perfumar os pés era um gesto comum entre os bem educados naqueles tempos de sandálias sem meias e caminhos poeirentos.
Não há barulho em estrépito no lava pés. Nem o perfume que encheu o ambiente fez o mínimo rumor. O ruído aparece na comunicação: Judas reclama. Aquele dinheiro, que poderia ter sido obtido da venda do perfume, e caído na bolsa comum do grupo, de onde ele costumava fazer apropriações indébitas, doeu-lhe no coração mal disposto em relação a Cristo.
A vontade de Deus é nossa paz. Não a paz do silêncio e da morte, mas a tranquila paz de um amor dinâmico e maravilhoso. É isso o que Deus espera sobre a terra.
Observamos que há disposições contrárias nos corações em relação a Jesus, ao Evangelho, ao Reino do Pai. Nos corações bem dispostos, o Espírito Santo se move sem ruído. Está à vontade, em sua casa. Quem faz barulho é o espírito inimigo, Anticristo, pois este é o ladrão (ver Jo 10,8), não conhece a casa e esbarra aqui e ali.
Meditação:
Imagino que Jesus e os discípulos, naquele tempo, não ungiam-se para nadar e pescar como nós fazemos. Os discípulos foram ao mar da Galiléia para pescar quando Jesus ressuscitado se manifestou a eles durante o amanhecer.
Segundo Mateus, Jesus mesmo, na última ceia, havia marcado um encontro com os apóstolos na Galiléia:
“Mas, depois que eu ressuscitar, eu vos precederei na Galiléia” (Mt 26,32). Lá foi a pesca milagrosa.

2 de mai. de 2012

QUEBRAR FRASCOS

“Teus fiéis ao ver-me terão alegria porque esperei na tua palavra” (Sl 119,73-80).
Observo Jesus e a mulher Maria, irmã de Lázaro em Betânia. Que sentimentos passam pelo Coração de Jesus, sabendo que esta unção o prepara para a sepultura? E os sentimentos de Maria? Observo os olhares que se encontram e se comunicam. Há um reconhecimento de que aquele gesto de filial intimidade é revestido do sagrado, do puro, do generoso. É um gesto esponsal! Sinto o perfume deste gesto e reflito sobre mim mesmo, para tirar algum proveito.
Composição, vendo o lugar: com imaginação, deixo que as palavras do evangelho me levem a estar presente neste jantar, seis dias antes da Páscoa. É um jantar festivo, especial, onde se dá “a unção de Betânia”. Peço a luz de um coração livre, sensível, generoso e leal no amor e na amizade para com Jesus, que me faça capaz de quebrar os meus frascos para espalhar o perfume da alegria, da doação, do amor fiel e sincero.
Reflito: é próprio da mística cristã seguir por altos e baixos que parecem contraditórios. O gesto de elevada beleza de Maria é assinalado, por Jesus pela lembrança de sua morte e sua sepultura, tão próximas. Na história de Jesus também ficamos sensíveis à alegria pelo dom do Menino, lembro-me que, por amor, o Senhor nasceu no Natal, em pobreza, depois mais tarde de tantos trabalhos, injúrias e afrontas, vem a morrer na Cruz. Seu amor maior é a entrega total.
Lembrete:
Na imaginação recordo uma maneira de, metaforicamente, entrar “dentro” de Deus: imagino-me de pé diante do sol. Não vejo onde ele termina porque é tão imenso. Surpreende-me que ele não me queime. Então fico ainda mais surpreso ao sentir que estou caindo em direção ao sol. Primeiro, começo a flutuar em massas de fogo. Sua incandescência vem de dentro e elas me envolvem. Sou engolfado em um grande estrondo, tão alto que chego a senti-lo. Continuo a cair para dentro. Então chego as nuvens de fogo dourado. Elas me fazem luminoso e sinto meu rosto brilhar. O estrondo diminui. Continuo a cair para dentro e chego ao lugar de uma fissão atômica prateada. Agora não ouço nenhum estrondo, mas um concedido som fatigante. O ar incandescente fica mais parado. Chego ao centro do sol. Não ouço som algum. Não sinto nenhum sopro ou movimento, apenas silêncio total. Descanso na quietude. Estou dentro de Deus e Deus está dentro de mim.

1 de mai. de 2012

JANTAR FESTIVO

“Pai, eu te dou graças porque me ouves!” (Jo 11,33).
Deixa-a! Ela guardou este perfume para o dia de minha sepultura. João 12,7
Preparo-me para o meu encontro pessoal com o Senhor. Recordo a história da ceia em Betânia, relendo a passagem indicada: Jo 12, 1-8.
Composição, vendo o lugar: com imaginação, deixo que as palavras do evangelho me levem a estar presente neste jantar, seis dias antes da Páscoa. É um jantar festivo, especial, onde se dá “a unção de Betânia”. Ali está Lázaro, há pouco trazido da morte pela palavra de Jesus, o Senhor da vida. Ali estão Marta e Maria, irmãs de Lázaro, naquela “casa da amizade”. Peço o dom de um coração livre, sensível, generoso e leal no amor e na amizade para com Jesus, que me faça capaz de quebrar os meus frascos para espalhar o perfume da alegria, da doação, do amor fiel e sincero.
Maria, com seu valioso perfume, é a protagonista do que vai acontecer. Ela quebra o frasco para deixar escapar todo seu rico conteúdo, honrando os pés de Jesus. Espelho-me no seu gesto. Ela sabe extravasar o seu amor e a sua consideração por Jesus. O seu gesto é silencioso, sem constrangimento, gentil, natural. Ela ama para além. O Senhor merece tanto, merece tudo, merece o melhor. Lava os pés do Mestre com o excelente perfume de nardo e enxuga-os com os próprios cabelos.
Olho para ela e para mim: que “frascos” devo romper para que as minhas ações e atitudes, para que os meus afetos exalem bom perfume que atraia os outros para o Senhor, para o Evangelho, para as boas obras do Reino?
Lembrete:
Ainda nesta ordem e harmonia, o Criador nos deixa livres. Devemos escolher e queremos manter a retidão, a justiça e a ordem. Quando não escolhemos isso, provocamos um abalo na terra. Deus seguramente sabe disso. Mas sua esperança constante é que a humanidade possa reconhecer que Ele sempre é o primeiro e decreta seu reconhecimento criando a nossa vida ao mesmo tempo para o amor e no amor.

MAIO

“Confessai, pois, vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros, a fim de serdes curados.” (Tg 5,16)
O 5º Princípio Básico do  Amor- Exigente é: Libertador
O Sentimento de culpa torna as pessoas indefesas e sem ação.
Acusar alguém ou alguma coisa para se livrar da responsabilidade do que não está dando certo com você ou com os seus nada resolve. Sem sentimento de culpa, de autopiedade ou de raiva, estaremos livres para agir e deixar que os outros cresçam, arcando com as consequências (boas ou más) do próprio comportamento.
Princípios Éticos Institucionais de Amor-Exigente
5º Transmitir os Princípios do Amor-Exigente observando as possibilidades de cada integrante.
5º Passo de Alcoólicos Anônimos (Narcóticos Anônimos)
Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro se humano a natureza exata de nossas falhas.
5ª Tradição de Alcoólicos Anônimos
Cada grupo é animado de um único propósito primordial - o de transmitir sua mensagem ao alcoólicos que ainda sofre.