30 de jun. de 2012

FIDELIDADE

“O tempo em que Ele, Jesus, vier, em toda a sua glória, “julgar os vivos e os mortos”’ (2Tm 4,1)
Imagino-me no monte Tabor, na Galiléia, onde Jesus começou sua missão e agora a entrega a mim e a todos de boa vontade, dizendo: “Ide e ensinai...”.
Vou, nas asas da fé, ao cume do monte das Oliveiras, na Judéia, em frente de Jerusalém, de onde o Senhor Jesus se eleva aos céus. Na encosta, fica o Horto das Oliveiras, por onde Ele passou espantosa agonia.
Petição: diante do meu Senhor, peço a graça de fidelidade e confiança radicais para, em Seu nome e na promessa de sua presença, dar continuidade ao anúncio da Boa Nova.
O último recado do Senhor Jesus: “Vão a Jerusalém e esperem pelo Espírito Santo”.
Ele subiu a Jerusalém, a fim de padecer e ser crucificado. Agora, sua subida será a ascensão, no monte das Oliveiras. Estou lá para observar muito atentamente: olhos, ouvidos atentos, no mistério da pessoa de Jesus. Vejo-o grave, admitindo que lhe fora dada plena autoridade para enviar seus discípulos a fazer discípulos entre os povos todos. Ouço palavras do solene envio: “Ide... Batizai... Ensinai... Ficarei convosco até o fim do mundo”.
Procuro descobrir o que diz este envio para mim hoje. Rezo. Peço que o Seu Espírito me convença de que isto é possível, pois o Senhor o quer, na força do Espírito Santo que virá e que vem sempre de novo. Devo pedir. Ouço as palavras: “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Samaria e até os confins do mundo”.
Meditação:
Sou missionário de dimensão universal. Como vivo como evangelizador(a)?
Apresento ao Senhor os missionários, homens e mulheres. Deixando pátria e cômodos, partiram para outras terras e alcançaram os confins do mundo.
Havia problemas para os primeiros cristãos, como a divergência entre uns e outros a propósito da distribuição dos alimentos às viúvas (At 6,1); as doações interesseiras e exibicionistas (At 5,1-11); a falência do modelo prático adotado (1Cor 16,1-4; Rm 15,26-28). Contudo, essa vida de ressuscitados permanece um desafio à consciência de toda a civilização humana, fonte de inspiração e conversão incessantes na história da cristandade.

29 de jun. de 2012

QUIETUDE

“O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam!” (1Cor 2,9)
De pé, pés um pouco separados, mãos na cintura. Solte o ar. Inspire, solte o ar, flexionando o corpo à frente. Vá dobrando o tronco, devagar, pela cintura, ao expirar.
Experimentar o corpo na sua totalidade. Sentir a quietude e o silêncio do corpo inteiro. Descansar com ele.
Ficar em perfeito estado de imobilidade; quando surgir necessidade de movimento ou outra sensação (picada etc) somente percebê-los até que desapareçam. O mesmo com uma dor física.
Durante o dia ao caminhar: sentir o movimento das pernas, dos braços, etc.
Espírito de Jesus, recorrerei “à claridade e outras comodidades do tempo, como sol e calor no inverno e frescor no verão, enquanto penso e conjectura o que me pode ajudar a ter gozo em meu Criador e Senhor”.
A Trindade é Oceano de Bondade, Ternura, Beleza; como Espírito, tudo permeia e tudo invade; como a Sagrada Família, é gentil e acolhedora; como são bons os olhos de Jesus, é amiga; ou é como a amabilidade de gente que “transmite Deus”; ou, ainda, no ambiente dos “lugares sagrados”, ela é a garantia de momentos de amor e proximidade, de consolação...
Lembrete:
A vida em nome de Jesus é o resultado da pregação apostólica. Esta produziu um retrato que tem desafiado e inspirado gerações de cristãos. Trata-se de um ideal profundamente humano, que Lucas traça com simplicidade e força:
“A multidão dos que creram, era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava exclusivamente seu, o que possuía, mas tudo, entre eles, era comum. Com grande poder, os apóstolos davam o testemunho da ressurreição do Senhor, e havia entre eles grande aceitação. Não havia entre eles nenhum necessitado. De fato, os que possuíam terras ou casas, vendendo, vinham depositar os valores das vendas aos pés dos apóstolos. Distribuía-se então, a cada um, segundo a sua necessidade” (At 4,32-34).

28 de jun. de 2012

MEU DEUS

“Os justos, porém, se rejubilem, exultem diante de Deus, alegres e contentes... seu Nome é Javé” (Sl 68,1).
Vou no meu canto de oração, quem sabe mais iluminado e com algum vaso de flores. Fazendo a reverência diante do Senhor e fechando os olhos, chego ao meu santuário interior e prostro-me: “Meu Senhor e meu Deus!”.
Recordo-me da matéria a rezar, lendo pausadamente a passagem> Jo 20,24-29, sobre Tomé que duvidava.
Situo-me na sala de reunião dos discípulos, onde Jesus aparece após a Ressurreição.
Vejo-me numa solene celebração de Páscoa, recordo-me dos sentimentos de alegria e de fé, então vividos, e peço a graça de que esta consolação interior me sustente a esperança na minha caminhada de fé.
Em silêncio orante, prostro-me diante do Senhor para contemplar com todos os sentidos: olhos, ouvidos e, sobretudo, com o tato interior, na delicadeza e na fé dos meus gestos.
Sinto-me firme nas suas chagas. Rezo e deixo que Ele transforme a minha fé vacilante em fé firme como uma rocha: “Meu Senhor e Meu Deus!”.
Repasso os pontos que mais me impressionaram, e deles falo com o Ressuscitado. Que Ele os torne vida na minha vida. Amém, aleluia!
Meditação:
“Narram os céus a glória de Deus, o firmamento anuncia a obra de suas mãos!”
Um dia ao outro confia a mensagem, a noite informa à outra noite, sem discursos, nem palavras, sem que se perceba nenhum som.
Contudo sua voz atinge toda a terra, sua palavra os confins do mundo: lá armou a tenda para o sol, e sai como um esposo do quarto das núpcias, como um herói exultante em seu caminho!
Surge de um lado do céu, até o outro vai o seu percurso, e nada pode fugir a seu calor!...”
A Palavra de Deus, que se fez carne no seio da Imaculada, recebeu, como dissera o anjo, o nome de Jesus, e cresceu em idade, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Junto às águas do Jordão, foi proclamado o Cristo, e ungido pelo Espírito do Pai, consumou sua trajetória na Cruz.

27 de jun. de 2012

TOMÉ

“Para onde irei longe do teu Espírito? Para onde fugirei, longe de tua presença? Se subo aos céus, tu ali estás; se desço aos abismos, lá também te encontro...” (Sl 139/138,7-8).
Vou no meu canto de oração, quem sabe mais iluminado e com algum vaso de flores. Fazendo a reverência diante do Senhor e fechando os olhos, chego ao meu santuário interior e prostro-me: “Meu Senhor e meu Deus!”.
- Recordo-me da matéria a rezar, lendo pausadamente a passagem> Jo 20,24-29.
- Situo-me na sala de reunião dos discípulos, onde Jesus aparece após a Ressurreição.
- Imaginando-me numa solene celebração de Páscoa, recordo-me dos sentimentos de alegria e de fé, então vividos, e peço a graça de que esta consolação interior me sustente a esperança na minha caminhada de fé.
É o Crucificado, agora o Ressuscitado, que completa a obra de salvação e redenção da humanidade, garantindo-nos o dom do total e contínuo perdão dos pecados. Detenho-me na adoração do mistério.
Tomé acreditou, dizendo: “Meu Senhor e meu Deus!”.
Observo Tomé, como para mim também, a aceitação do mistério aconteceu aos poucos... Tinham se passado oito dias. A graça acontece no gesto amoroso de Jesus que oferece as feridas nas mãos, dos pés e do lado para serem tocadas. O Bom Pastor vai ao encontro de cada um do jeito mais adequado! O Bom Pastor é nosso Excelente Mestre!
Coloque-me ao lado de Tomé e também peço esta graça. Olho e escuto: “Vamos! Mete aqui a tua mão!”.
Meditação:
“Com devoção Te adoro, oculta Divindade, verdadeiramente escondida nesta aparência do pão. A Ti meu coração todo se confia, porque, ao contemplar-Te, cala e emudece.
A vista, o gosto, o tato em Ti já nada alcança, mas só de ouvir, creio e tenho fé, pois acredito no que disseste, Filho de Deus vivo, e nada é mais verdadeiro que a Palavra da Verdade!
Outros textos bíblicos sobre a vida de Jesus ressuscitado:
Estarei onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome (Mt 18,19-20); Cristo conquistou nossa liberdade; seu Espírito nos guia (Gl 5,1.16-26); Nosso novo ser em Deus (Ef 4,22-32); Louvor e ação de graças a Deus nosso Criador (Sl 100).

26 de jun. de 2012

PORTAS FECHADAS

“Levanto os olhos para os montes: donde virá o meu socorro? O meu socorro é Javé que fez o céu e a terra...” (Sl 121).
- Recordo-me da matéria a rezar, lendo pausadamente a passagem (Jo 20,19-29), ouvindo as palavras “A Paz esteja convosco!”
- Situo-me na sala de reunião dos discípulos, onde Jesus aparece após a Ressurreição.
- Imaginando-me numa solene celebração de Páscoa, recordo-me dos sentimentos de alegria e de fé, então vividos, e peço a graça de que esta consolação interior me sustente a esperança na minha caminhada de fé.
Aos discípulos reunidos a portas fechadas, aparece-lhes Jesus, dizendo: “A paz esteja convosco!”.
Estou também na sala, a portas fechadas, vendo o medo e a tensão estampados em cada rosto. Também no meu!
Tomo consciência das palavras do Ressuscitado: “A paz esteja convosco!”.
Vejo Jesus confirmando que é no Ressuscitado, mostrando-lhes as mãos e os pés agora com as chagas glorificadas: já não doem! São marcas gloriosas do herói poderoso e vencedor da batalha terrível do amor contra o pecado e a morte! Permaneço em contemplação... Não tenho pressa. É Aquele que tinha sido crucificado!
Jesus dá o Espírito Santo aos Apóstolos, dizendo-lhes: “Recebei o Espírito Santo; a quem perdoardes os pecados, serão perdoados”.
Estou eu também lá, na fé, pois este Evangelho é também para mim, hoje! Ouço novamente: “A paz esteja convosco!”. Como ressoa esta saudação em mim? Ele, o Ressuscitado, fala ainda: “Como o Pai me enviou eu vos envio a vós”, e soprando sobre eles, disse: “Recebei o Espírito Santo”. “Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados“.
Meditação:
Outros textos bíblicos sobre a vida de Jesus ressuscitado:
Com Cristo, nosso Redentor, nada pode nos separar do amor de Deus (Rm 8,31-39); Vivemos em Cristo, na glória (Cl 3,1-4); Como vivem os que vivem em Cristo (Cl 3,5-17); Como vivem os que esperam pela segunda vinda de Cristo (1Pd 3,1-12); Uma exortação a amar como Deus ama (1Jo 4,7-21).

25 de jun. de 2012

Esperamos por vocês

APARECEU A SIMÃO

“Todos de ti esperam o alimento a seu tempo. Tu dás, eles recebem; abres as mãos, eles se saciam de bens... “(Sl 104).
Paro e reflito nas vezes em que tenho procedido como os descrentes ou em que tenho anunciado sem encontrar crédito, como as mulheres. Na história da Ressurreição de Jesus, examino-me, rezo e peço graça para aprender de ambas as situações. Como costumo agir quando não me levam a sério?
“Entrando no sepulcro, Pedro viu apenas os panos que tinham coberto o corpo de nosso Senhor e nada mais.”
Observo Pedro, que vai, às pressas, ao sepulcro com João. Faço-lhes companhia. O que Pedro sentiria? Descrença? Esperança? Inclinado ante os lençóis, observa o sepulcro vazio, volta para casa, assombrado com tudo aquilo. Jesus vai precisar se manifestar pessoalmente a ele.
João, no entanto, ainda apenas inclinado para olhar o interior do sepulcro vazio, acreditou logo!
Com o olhar interior fixo em Jesus, presente e vivo na minha vida, examino os meus sentimentos diante do sepulcro vazio, reflito e me exprimo para ele. O Senhor se deixa encontrar por quem o busca com sinceridade!
“Pensando São Pedro nestas coisas, Cristo lhe apareceu, e por isso os apóstolos diziam: “Em verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”” (Lc 24,33).
Imagino Pedro no momento em que Cristo Ressuscitado se coloca diante dele. Que encontro! Fico saboreando, recordando também as minhas próprias experiências de encontros mais profundos e autênticos com o Senhor. Agradeço pelas vezes em que Ee mudou as minhas dúvidas em uma jubilosa certeza da fé: “Sei que o meu Senhor está vivo!”.
Concluo exprimindo a minha fé no meu Senhor, que vive para sempre!
Meditação:
“Tomé disse: ‘Senhor, não sabemos para onde vais! Como podemos saber o caminho?’
Jesus lhe respondeu: ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim...’” (Jo 14,5-6)

24 de jun. de 2012

ESTÁ VIVO

“Envias o teu espírito e são criados, e renovas a face da terra!...” (Sl 104).
Preparo-me, lembrando-me de que estou contemplando as aparições do Ressuscitado. Recolho-me na presença de Deus. Com os olhos da imaginação, vejo o sepulcro, cedido por José de Arimatéia, e recordo-me da dor do sepultamento. Mas o sepulcro está aberto e vazio. Não pôde segurar a sua presa!
Peço a graça de sentir intensa alegria pela vitória de Jesus sobre a morte.
“Ouvindo as mulheres dizer que Cristo havia ressuscitado, Pedro foi logo ao sepulcro.”
Recordo o que os anjos haviam dito às discípulas: “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou! “Recordai-vos do que vos falou quando ainda na Galiléia, dizendo que o Filho do homem havia de ser entregue ao poder de pecadores e ser crucificado, mas ressuscitaria ao terceiro dia.
Penso na verdade da fé. Demoro-me longamente em silêncio orante: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé”. Paro, rezo... “Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé”.
Sigo com as discípulas que voltam à comunidade para transmitir o anúncio da Ressurreição. Vamos falando do que transborda nos nossos corações.
Encontro com elas, os onze apóstolos e os demais, desanimados e desconfiados: “História de mulheres! Quem há de crer?!”.
Aqui, Jesus manifesta também a divindade, sua igualdade e identidade com o Pai, aquele Pai divino que o salmista, extasiado, nos faz contemplar:
Meditação:
“Bendize, ó minha alma, a Javé! Javé, meu Deus, como és grande!...
 O Senhor faz brotar as fontes nos vales, os riachos correm das montanhas, dando de beber aos animais dos campos, matando a sede dos asnos selvagens... Com o fruto de suas obras, meu Deus, sacias a terra!
Fazes brotar o capim para o gado, e tantos vegetais úteis ao homem, para que possa tirar da terra o seu alimento: o vinho, que alegra o coração do homem, o óleo, que dá brilho ao seu rosto, o pão, que revigora a sua alma...
Todos de ti esperam o alimento a seu tempo. Tu dás, eles recebem; abres as mãos, eles se saciam de bens...
Envias o Seu espírito e são criados, e renovas a face da terra!...” (Sl 104).

SILÊNCIO É A GRANDE REVELAÇÃO

            O anjo Gabriel apareceu ao Mestre dando-lhe vários dons do Santo Espírito. Primeiramente deu-lhe o dom de curar. Depois o anjo Gabriel lhe presenteou com o dom da sabedoria. Alguns anos depois o Mestre foi agraciado com o dom de pregar. O penúltimo que o Mestre recebeu foi o dom da alegria. Ao final, o anjo falou: “Agora estou dando o mais precioso: o dom do Silêncio.”.
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23 de jun. de 2012

ESPERANÇA

“É verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” (Lc 24,34).
“Olhar o ofício de consolar, que Cristo nosso Senhor exerce, comparando como os amigos costumam consolar-se”. Este é um ponto forte às nossas contemplações das aparições do Ressuscitado. Na verdade, é uma chave para descobrirmos como estas aparições não são relatos de consolações passadas para as pessoas da primeiríssima geração cristã, mas são “pistas quentes” a fim de que nos demos conta das nossas atuais consolações, como efeitos e sinais “santíssimos” da Presença do Ressuscitado em nós. Esta descoberta, ligando a nossa consolação de hoje com a consolação que o Senhor Ressuscitado deu, por exemplo, ao amigo Pedro, nos fará dar um outro e maior valor a estas atuações do Espírito em nós e nos renovará a esperança: “Pela consolação tenhamos esperança” (Rm 15,4).
Pedro chorou amargamente ao ver, refletido nos olhos bons de Jesus, naquela fria noite, no pátio de Caifás, os horrores da sua negação, da sua resistência cabeçuda em ouvir os sucessivos avisos e apelos do Amigo. Havia renegado o mesmo a quem, levado pelo Espírito, proclamara Filho de Deus! Pois o Senhor Ressuscitado o visita e consola, como testemunham os outros discípulos: “É verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” (Lc 24,34).
Muitos de nós experimentamos este particular efeito da presença viva do Ressuscitado nas nossas vidas: quando estávamos distantes e o tínhamos negado e renegado. Ele se apresentou a nós, de tal modo que não pudemos nem quisemos duvidar. A certeza da fé nos inundou diante do Amigo Fiel e Verdadeiro.
Meditação:
“’Jesus manifestou-se novamente aos seus discípulos do seguinte modo...’ (Jo 21,1). De fato, trata-se de uma ‘manifestação’. Gosto mais de falar de ‘manifestação’ de Cristo do que de ‘aparições’ sugere alguma coisa de miraculosa, de extraordinária. ‘Manifestação’ significa a irradiação da divindade na humanidade. Deus manifestou seu amor entregando-nos seu Filho. Manifestou-se em seu Filho. É uma ‘epifania’ (revelação, manifestação), muito afastada de todas as epifanias do Antigo Testamento onde havia trovões e relâmpagos. Aqui, toda essa epifania acontece na simplicidade mesma das relações humanas (pesca etc)...
Jesus, agachado, junto ao braseiro, ou servindo pão e peixe aos discípulos, realmente se revela e nos revela esta Vida que não se cansa de jorrar:
“Vim para que tenham vida e vida em abundância”... (Jo 10,10).

22 de jun. de 2012

PRIMEIRO DIA DA SEMANA

“Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: ‘Quem és tu?’; pois sabiam que era o Senhor” (Jo 21,12).
O guru estava meditando à beira do rio sagrado, e o jovem discípulo o importunava com perguntas, pois queria saber como encontrar Deus. O homem santo o tomou pelo pescoço e deu-lhe um bom “caldo”, segurando o rosto do rapaz na água por um “tempinho”... Quando foi solto, o pobre “caçou” ar com toda a sofreguidão. Isto deu a “deixa” que o guru desejava, ensinando:
“No dia em que procurares a Deus como procuraste este ar, tu O encontrará”.
Preparação: como de costume, preparo-me para contemplar mais um Mistério de Jesus Ressuscitado. Depois de algum breve exercício de pacificação, percebendo diante de quem o Espírito me coloca, com amor acolho a Presença. Rezo, então, a oração preparatória.
Faço memória do relato da aparição de Jesus às mulheres na sepultura em Mateus 28,8-10.
Uso os olhos da imaginação, para me ver naquele primeiro dia da semana, testemunhando o diálogo das discípulas com os anjos anunciadores.
Peço o que quero aqui: a graça de sentir a alegria verdadeira com a alegria do Ressuscitado, que me leva a viver no Espírito, como pessoa ressuscitada, na convicção de que, com Ele e como Ele e por Ele, vencerei os desafios da vida e chegarei à Vida Plena.
Conforme sinto o meu coração, revigorado na paz e na alegria da fé em Cristo, ou sentindo o frio da morte ainda, abro-me ao Coração dele, o vencedor da morte e de todo o mal.
Meditação:
Empenhe-se agora em “ver” como João viu... Enquanto sentia frio e fadiga, trabalhando com os outros, enxergou o vulto na praia, ouviu sua voz dizendo que jogassem as redes outra vez para o outro lado... Um trabalho interior acontecia nele, e, além do que poderia ver, escutar, sentir e observar naquela lua ainda indecisa da aurora, viu o invisível, reconheceu a Pessoa, a Presença, Ele, o Amigo, o Ressuscitado, Jesus Cristo...
Deixe-se estar com João e com os outros... Partilhe, sem pudores nem temores, a mesma comunhão... Partilhe o alimento que as mãos de Jesus, “o-que-serve”, distribuem... Saboreie...Caia na conta do que sente... Reze a partir do que sente... sem pressa de ir adiante...
Testemunhe o olhar e o afeto entre Jesus e Pedro... como o discípulo é restaurado com toda a confiança, e feito pastor supremo das ovelhas do Bom Pastor... Ouça-os... Perceba a linguagem do amor  que atinge a todos nós: “Cuida das minhas ovelhas!”

21 de jun. de 2012

IRMÃOS

“Posso mostrar com obras a minha fé!” (Tg 2,18).
Peço que o Espírito alimente a minha fé, a fé de que, na força do Ressuscitado, poderei viver como pessoa ressuscitada, abrasada de amor da sua divindade. O amor vence. Aproveito para pedir a libertação do medo que paralisa e para me tornar discípulo(a) missionário(a), portador(a) de paz, justiça e alegria...
“Cristo nosso Senhor lhes apareceu no caminho, dizendo-lhes: “Alegrem-se! Elas se prostraram a seus pés, com acatamento e reverência, e o adoraram!”.
Com elas, também, sigo adiante, recordando a canção: “Caminheiro, você sabe, não existe caminho... Passo a passo, pouco a pouco e o caminho se faz!”.
Jesus é o Caminho! E ele vem ao meu encontro também. Como elas, eu me prostro e adoro. Deixo soar em mim a sua voz bondosa e firme: “Alegrem-se!”.
“Jesus diz: “Não tenham medo! Vão dizer a meus irmãos que sigam à Galiléia. Lá me verão. ””
A presença viva, palpável do Senhor nos caminhos da vida, afugenta o medo. Recordando a experiência dos meus próprios terrores, procuro recordar e viver as consolações dele, vivências da força e do poder do Ressuscitado, que supera as barreiras. Aos pés do Senhor Jesus, permaneço em prece e adoração. Saboreio as palavras, o mandato: “Vão a meus irmãos”... Irmãos são os que escutam e põe em prática a Palavra, mesmo com resistências! Amam-se, toleram-se, perdoem-se, alegram-se.
Uma jovem perguntou a uma das grandes santas como orar. A santa mulher respondeu: “Tenho de falar com Deus a respeito de aluguel e remédios, dos problemas de nossas escolas e hospitais, deste e daquele irmão. Não tenho tempo de fazer outra coisa”. E ela era uma grande santa.
A prática de caridade no amor. É uma bela maneira de orar.
Meditação:
“Não se perturbe o vosso coração. Crede em Deus e crede também em mim. Na Casa do meu Pai há muitas moradas... vou preparar-vos um lugar, e , quando Eu me for, e vos tiver preparado um lugar, virei novamente, e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. Para onde eu vou, vós conheceis o caminho...” (Jo 14,1-4)

20 de jun. de 2012

NOSSA VITÓRIA!

“Escândalo para uns, ‘loucura’ para outros” (ver 1Cor 1,23).
Sabemos que fomos avisados: “Quem perseverar até o fim será salvo” (Mc 13,13). Seria bom deixar ressoar em nós também a advertência do sábio: “Meu filho, aprende a disciplina” (ver Pr 1,1-8). Não desanima. Estamos na fidelidade aos marcos da caminhada. Sejamos os mesmos de costume, como os da Ceia do Senhor. O olhar contemplativo, os ouvidos atentos, a abertura para as pessoas da cena devem permanecer, afim de que, refletindo sobre mim mesmo(a), eu tire algum proveito, isto é: o fruto que o Espírito quiser fazer brotar em mim para a utilidade dos meus irmãos, dos meus desafetos, da minha humanidade.
“Considerar como a divindade que parecia esconder-se durante a Paixão, aparece e se mostra tão miraculosamente agora em sua santíssima Ressurreição, pelos seus verdadeiros e santíssimos efeitos”. Deus sofre! Deus feito homem e homem crucificado: “escândalo” para uns, “loucura” para outros (ver 1Cor 1,23).
Não temos outro argumento (mas que poderoso argumento!) senão “os efeitos santíssimos” de santificação, consolação, vivificação que cada um de nós experimenta. Fatos a relembrar, vivências a considerar, vitórias a comemorar! Cristo ressuscitou! Não é inútil a nossa fé (1Cor 15,14)! Ela remove montanhas (Mt 17,20)! Posso mostrar com obras a minha fé (Tg 2,18)!
Deus pede que deixemos de lado todas as realidades presentes de nosso mundo, nossa vida e nós mesmos?
Pela força de crescimento da família de Deus, e do homem interior: dobro os joelhos diante do Pai, de quem toda a família recebe o seu nome no céu e sobre a terra que ele se digne, segundo a riqueza da sua glória, amar-vos de poder, por seu Espírito, para que se fortifique em nosso interior (Ef 3,15-16).
Lembrete:
Quais são as relações com os bens deste mundo? A intuição dos primeiros cristãos da Igreja primitiva estava correta. Com tempo por causa dos “sinais das épocas” mudaram a maneira de viver. Perceberam que o único destino digno dos bens deste mundo é a pessoa humana. Uma opinião pública cristã, deve estar receptiva a esta verdade simples: a economia é para o ser humano, e não o ser humano para a economia. E tudo precisa ser acertado para que “não haja pobres” entre nós, cada qual recebendo de acordo com as suas necessidades. Trabalho, pão, casa, educação, lazer, liberdade, justiça para todos e cada qual.

19 de jun. de 2012

AS CRIANÇAS DA PRAÇA

“Tocamos músicas alegres, e vocês não dançaram! Cantamos canções tristes, e vocês não choraram!” (Lc 7,31-32).
Sensações do Corpo:
Sentir o contato do vestido no ombro. As costas contra o espaldar da cadeira. As mãos. Os músculos contra a cadeira. As solas dos pés tocando os sapatos. O estar sentado. SENTIR estas sensações, não pensá-las.
Passa de uma percepção à outra ou de uma área do corpo já indicada a qualquer outra.
Pôr-se em contato consigo mesmo para pôr-se em contato com Deus. Entra em tua própria casa. O maior obstáculo para orar é a tensão nervosa. Este exercício proporciona relaxamento. Ajuda a manter-se ereto, sentado na cadeira. Os olhos: fechados ou quase (fitos num lugar a 3 metros de distância).
Pedimos aqui, a Ressurreição, a graça de sentir intensa e profunda alegria por tanta glória e tanto gozo de Cristo nosso Senhor. A glória é a do amor que desceu ao mais profundo do sofrimento e da morte, vítima da brutalidade do nosso pecado, e triunfou: está vivo e já não morre mais (Ap 1,18). Gozo porque, Jesus alcançou para nós a passagem pelas portas de ferro da morte. “ Morte, onde está tua vitória?” (1Cor 15,55). No entanto, ficamos vacilando em torno do túmulo das nossas tristezas passadas, das saudades, das perdas, das cruzes, como Maria Madalena e as outras discípulas, ou trancados em medo e amargura como os apóstolos; ou procurando “uma casa de campo”, como os discípulos de Emaús.
Crianças são naturalmente egoístas. Jesus comparou a nossa geração com crianças na praça. Centrados em nós mesmos, parecemos com “aquelas crianças nas praças que gritam umas às outras: “Tocamos músicas alegres, e vocês não dançaram! Cantamos canções tristes, e vocês não choraram!”” (Lc 7,31-32).
Lembrete:
“Todas as chagas (produzidas pelas pontas armadas das correias, provavelmente duas em cada flagelo) têm a mesma forma de minúsculo halter de 3cm. Os dois círculos representam as balas de chumbo. A haste média é o vestígio da correia”.
Os Evangelistas não tecem a pormenores a respeito da flagelação de Jesus. São extremamente sóbrios. Seus leitores eram contemporâneos de numerosas flagelações públicas (várias foram suas vítimas!), e tinham impressos na memória o ruído mais e mais sanguinolenta. Lucas nem explica a flagelação. Fala de “castigo”. Porém, lembramos que, ressuscitou e é nosso Rei e Deus.

PLENITUDE DOS TEMPOS

“Está vivo e já não morre mais” (Ap 1,18).
Ficamos tão fechados nos nossos próprios pensamentos e sentimentos, que Jesus pode caminhar um bom trecho da estrada da vida juntinho de nós sem que percebamos e nos alegremos. E ainda, o temos em conta de um estranho desinformado (Lc 24,18).
Precisamos do dom da fé para ter “a certeza das coisas que não vemos” (Hb 11,1). Assim, escapamos do círculo de aço e fogo do nosso fechamento egoísta em nossas maneiras de ver: “Eu acho...”; “Eu sinto...”. Veremos, então, como Saulo na estrada de Damasco, o Senhor a quem perseguimos. Passaremos a pertencer à geração dos que se alegram com tanta glória e tanto gozo do Ressuscitado. Seremos como Madalena depois que o Senhor a chamou pelo nome, no contentamento inenarrável da percepção da verdade inaudita, cantando: “Nós vimos o Senhor! Ele ressuscitou!”.
Seremos filhos da nova geração dos nascidos do Coração de Cristo, transpassado pela lança, e seremos capazes de dizer àquele descrente que nos diz que Jesus não existiu ou que, se existiu, não é nosso Deus e Salvador, feito homem para nos redimir, com a simplicidade de velho amigo: “Como é possível um absurdo destes? Hoje mesmo falei com Ele!”.
Temos um testemunho quase fotográfico da crueldade da flagelação no assim chamado “Sudário de Turim”. O supliciado – que muito provavelmente seria o próprio Cristo – teve as mãos presas no alto de uma coluna. As correias dos dois flagelos, manipulados pelos dois carrascos, com as suas pontas guarnecidas com bolas de chumbo, bateram nas costas e envolveram o seu corpo também pela frente.
Meditação:
Como o Espírito Santo atuou em Jesus Cristo?
Chegada a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, sujeito à Lei, para nos redimir e resgatar (ver Gl 4,4-6). Foi por obra do Espírito Santo que Jesus foi concebido e nasceu da Virgem Maria (Lc 1,35), Ele que é o Emanuel, que quer dizer Deus conosco (Mt 1,23).
Por sua morte e ressurreição, Jesus foi glorificado (Fl 2,6-11) e, glorioso, derrama o Espírito sobre o seu povo, a sua Igreja, no dia de Pentecostes (At 2,1-13), como tinha prometido (At 1,5.8).

17 de jun. de 2012

PROGRAMA UMA SÓ PALAVRA

ESPÍRITO SANTO

“Saiba com certeza que Deus entronizou como Senhor e Cristo, Jesus que vós crucificastes” (At 2,29).
E o que diz a Revelação? Guarda, com carinho, a palavra confiante de Nosso Senhor, Palavra criativa e criadora de Deus, que nos diz, olhos nos olhos: “Mas recebereis um poder quando o Espírito Santo descer sobre vós. Então, sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda Judéia e Samaria, até os confins da terra” (At 1,14). A todos foi dado o Espírito Santo, o outro Paráclito, naquele maravilhoso dia de Pentecostes (At 14,16). A inundação do Espírito Consolador (“Paráclito”) foi tal que os estranhos pensaram que estivessem embriagados (At 2,13).
 “Pentecostes” é o nome certo para uma experiência do Espírito, uma experiência da consolação que Jesus, no seu poder de Filho glorificado, nos dá em tal abundância a ponto de nos mudar, como mudou o velho Simão, cheio de respeitos humanos e medos, num homem novo, Pedro, capaz de pregar publicamente: “Por isso toda a Casa de Israel saiba com certeza que Deus entronizou como Senhor e Cristo, Jesus que vós crucificastes” (At 2,29).
“Pilatos, então, tomou Jesus e mandou flagelar” (19,1). Mateus escreve: “Quanto a Jesus, (Pilatos) depois de flagelá-lo , entregou-o para que fosse crucificado” (Jo 27,26).
Por sua vez, Marcos assinala:
“Depois de fazer flagelar Jesus, entregou-o para que fosse crucificado” (Mc 15,15).
O Apóstolo Paulo sofreu várias vezes chicoteamentos e flagelações. Por exemplo, recebeu os 39 golpes (os 40 da Lei, menos um de chicote, para que não se corresse o risco de ultrapassar a medida) dos judeus, pelo menos cinco vezes (2Cor 11,25) foi flagelado, sendo que uma vez em Filipos (At 16,22ss.), e outra vez, em Jerusalém (At 22,24ss.).
Meditação:
Por que necessitamos do Espírito Santo? Porque o Espírito Santo guia os discípulos que até hoje testemunham a vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus.
Ora, o Pai nos dá o Espírito do seu Filho para que o reconheçamos como Pai: e porque sois filhos, enviou Deus aos vossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: “ABBÁ!”; isto é: “Meu Pai!” (Gl 4,6). Só pela ação de Espírito Santo pode alguém dizer: Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai (1Cor 12,3).

16 de jun. de 2012

IGREJA PRIMITIVA

“Naquela hora, Jesus disse às multidões: “Como contra um bandido, partiste com espadas e bordões, para apoderar-vos de mim! Todos os dias eu estava no Templo, sentado a ensinar, e vós não me prendestes. Mas tudo isto sucedeu para que se cumpram os escritos dos profetas” (Mt 26,54-56).
A história do Povo de Deus depois da Morte, Ressurreição, Ascensão e de Pentecostes é a de uma comunidade em firme crescimento. Os capítulos iniciais da história da Igreja Primitiva são contados nos Atos dos Apóstolos, a seqüência que o Doutor Lucas escreveu para o seu famoso Evangelho. O livro dos Atos, junto com muitas cartas e tratados escritos por líderes da Igreja Primitiva como Paulo, Pedro, Tiago, João e outros, apresentam para nós um retrato vivo e detalhado da vida do povo de Deus no meio e fim do primeiro século. Essa literatura, junto com os Evangelhos, são os 27 livros do Novo Testamento. Adicionados junto com os 39 livros do Velho Testamento, completam  os livros do estatuto (literalmente “haste”) da Sagrada Escritura autêntica.
Nós temos visto que a Bíblia é uma biblioteca única, escrita através de muitos séculos por um painel incrível de mais de 40 autores que foram cuidadosamente escolhidos por Deus.  Eles foram retirados de uma imensa variedade de diferentes panoramas sociais e ocupações. Esses escritores incluíam reis, padres, bispos, profetas, poetas, pastores, funcionários de governo, servidores civis, pregadores, pelo menos um médico, um coletor de impostos, um prisioneiro exilado e diversos líderes das Igrejas locais. Cada livro da Bíblia merece ser lido cuidadosamente e sem pressa.
Queremos apresentar as Escrituras, para que assim, através de um estudo cuidadoso dos textos bíblicos, as diferentes mensagens de cada livro não sejam apenas compreendidas, mas aplicadas no contexto da vida cotidiana e em nossa conduta. Os livros da Bíblia, muito freqüentemente, são lidos apenas em pequenos fragmentos ou passagens seletas. Isso obviamente tem sua função, mas pode roubar de nós uma visão essencial da mensagem principal de cada livro. É melhor começar lendo e meditando sobre “São Mateus” e continuar até o fim do Novo Testamento. Depois leia o Velho Testamento.
Meditação:
As “Escrituras” relatam a vida de Jesus e nossa salvação nos céus.
Por exemplo: “Na ressurreição, de qual dos sete será mulher e a esposa deste homem?” Jesus lhes respondeu: “Estais no erro, porque não conheceis nem as “Escrituras” nem o Poder de Deus. De fato na ressurreição, as pessoas não se casam nem são dadas em casamento, são como anjos do céu” (Mt 22,29-30).
“Pois a “Escritura” diz: Todo aquele que Nele crê, não será confundido: Assim, não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam. Com efeito, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10,11-13).

15 de jun. de 2012

MULHERES

“Cristo ressuscitou! Não é inútil a nossa fé!” (1Cor 15,14).
Como de costume preparo-me para contemplar mais um Mistério de Jesus Ressuscitado falando com as mulheres. Depois de algum breve exercício de pacificação, percebendo diante de quem o Espírito me coloca, com amor acolho a Presença. Rezo então, a minha oração.
Faço memória do relato da aparição em Mateus 28,9-10.
“De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrem-se!” As mulheres se aproximaram, e se ajoelharam diante de Jesus, abraçando seus pés. Então, Jesus disse a elas: “Não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia. Lá eles me verão.”
Uso os olhos da imaginação, para me ver naquele primeiro dia da semana, testemunhando o diálogo das discípulas com os anjos anunciadores.
Peço o que quero aqui: a graça de sentir a alegria verdadeira com a alegria do Ressuscitado, que me leva a viver no Espírito, como pessoa ressuscitada, na convicção de que, com Ele e como Ele e por Ele, vencerei os desafios da vida e chegarei à Vida Plena.
As discípulas deixam os sepulcros com temor e grande gozo, querendo anunciar a Ressurreição aos demais. Depois do aviso dos anjos junto ao sepulcro vazio, elas se afastam, embora Madalena prefira voltar, “procurando entre os mortos” quem é vivo para sempre.
Prefiro seguir para o Cenáculo, partilhando seus sentimentos de medo de anunciar e não serem acreditadas, misturados com a alegria de serem portadoras de tão bela Boa Nova!
Meditação:
Também, eu tenho a graça de viver, neste dia, o Cristo Pascal: “A Páscoa é todo dia”, diz a canção. Ele ressurge diante de mim, na sua Igreja, na ação do Povo de Deus!
Outras passagens de Jesus ressuscitado:
Cristo, o novo Adão, nossa ressurreição (Cl 1,15-20); Cristo, imagem do Deus invisível (Cl 1,15-20); Quem é o homem para que se lembre dele? (Sl 8); Meu amado... o inverno passou (Ct 2,8-14).

14 de jun. de 2012

“Manifestou-se aos onze também” (Mc 16,14).

Perceber o ar passando através do nariz. Sentir o ar. Sua qualidade: quente ou fresco? Áreas do nariz onde se sente. Quantidade do ar que passa mais por uma narina.
Método para curar as distrações. Perceber as imagens ou pensamentos logo que apareçam. Perceber o ato de pensar. Diferença entre observar os transeuntes desde a janela ou segui-los na rua como um cachorrinho...
Vêem a pedra removida e o anjo que diz: “Procurais Jesus de Nazaré: já ressuscitou! Não está aqui”.
Os obstáculos externos tinham sido removidos e, internamente, a intuição amorosa dos nossos corações nos levou, às três mulheres e a mim também, à porta do sepulcro. Experiência da busca, ainda que na constatação da ausência daquele a que procuramos. Peço a graça de ter os olhos abertos para ver a claridade, espantar a escuridão e ver além, com olhos luminosos de quem crê afinal.
Detenho-me e demoro-me na contemplação viva da divindade vitoriosa, considerando a palavra que nos é dita: “Já ressuscitou! Não está aqui!”.
Rezo, “Senhor, que eu veja e perceba através das sombras da vida, a luz da presença do Ressuscitado!”.
Percebo em mim, como nas discípulas, que a experiência do encontro ainda não é completa: um medo teimoso quer nos prender, e nos faz demorar em anunciar a incomparável Boa Nova.
Lembrete:
Talvez você sinta que os únicos pensamentos, imagens e convicções que entram na oração originam-se das Escrituras ou dos livros.
Mas quando elevamos nossas mentes e nossos corações a Deus, elevamos mente e coração imersos em circunstâncias concretas do mundo em que vivemos. Nossas mentes estão cheias de percepções, de necessidades,  de amigos e esperança pelas crianças. Ficamos sob o olhar atento de Deus depois de tomar decisões definitivas sobre os afazeres do dia-a-dia. Entregamos a Deus nosso coração cheios de bons hábitos cotidianos.
Colóquio: finalizo com o ato de fé: “Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé!”. Rezo Pai Nosso.

13 de jun. de 2012

QUEM REMOVERÁ A PEDRA?

“Viram que a pedra estava removida” (Mc 16,4).
 Faço o ritual de costume para o meu encontro pessoal com o Senhor. Invoco o Espírito Santo e rezo.
Faço memória do relato da aparição em Marcos 16,1-11 lendo a passagem.
É alta madrugada. Imagino o caminho entre os túmulos até o sepulcro onde o Senhor Jesus foi sepultado.
Peço o que quero aqui: a felicidade de sentir a alegria verdadeira, nascida da convicção de que Jesus está vivo e de que o Pai o glorificou com a vitória plena sobre a morte.
A conversa das mulheres: “Quem nos removerá a pedra na entrada do sepulcro?”.
Ainda está muito escuro nesta madrugada do primeiro dia da semana. O amor pede que eu antecipe também o amanhecer. Acompanho as discípulas. Vejo, escuto e observo. As nossas mãos carregam perfumes. Sinto o aroma. É para ungir o Senhor das nossas vidas: o Senhor morto!
E eu, o que hei de levar e oferecer àquele que me amou até o extremo? Reflito e vejo o que aprender. Ajuda lembrar a canção: “Desde a manhã, preparo uma oferenda e fico, Senhor, à espera de teu sinal!”.
Vamos caminhando, apressadamente, com o desejo carinhoso de completar os cuidados com o corpo morto do Senhor, como não houve possibilidade na urgência da véspera do grande sábado. Nós nos perguntamos com ansiedade: “ Quem nos vai remover a pedra?”.
Reflito sobre mim mesmo(a) para tirar algum proveito: como reajo diante dos obstáculos no meu serviço do Reino? Rezo situações semelhantes do meu dia a dia: quantas enormes “pedras” parecem bloquear o caminho da minha vida?
Lembrete:
Peça o que quer diante deste Mistério do Sábado Santo: sepultamento e solidão. Aqui será a graça de compartilhar e compadecer com Maria, Mãe de Jesus, toda a graça deste momento. Se lhe for concedido, queira experimentar os sentimentos de morte, tristeza profunda e solidão imensa que ela suportou.

12 de jun. de 2012

DONDE VIM, PARA ONDE VOU?
“Que mal fez este homem? Nenhum motivo de morte encontrei nele! Por isso, vou soltá-lo depois de o castigar” (Lc 23,22).
Tento aprender da dor contida na Mãe de Jesus, em postura serena, marcada pela fé na palavra de seu Filho: “Ele haverá de ressuscitar!” – ela me diz mais com o olhar, velado de lágrimas, do que com palavras suaves e sofridas.
Como tenho desempenhado o ofício de “consolador (a)” junto à dor de tantas pessoas? Rezo: “Creio em Jesus Cristo ... Morto e sepultado!”...
Sigo o meu ritual de costume para iniciar o momento de oração pessoal.
Faço-me presente no Calvário, vendo José de Arimatéia, Nicodemos, Maria. Demoro o olhar sobre o Corpo torturado do Senhor sendo preparado à sepultura.
“Vida doada, sangue derramado!” senhor, ensina-me a amar sem restrição e me entregar totalmente!”.
Os sumos sacerdotes e os fariseus ordenaram que no sepulcro fosse posta uma guarda até o terceiro dia, pois temiam a verdade das palavras de Jesus: “Depois de três dias ressuscitarei”. Não são três dias de nossos calendários, mas os três dias bíblicos, dias da contagem de Deus!
Ouço como esta mesma guarda e as autoridades atestam o roubo do cadáver, “enquanto os soldados dormiam”. Por trás disto, percebo a postura das autoridades também de hoje que agem conforme a conveniência e as vantagens pessoais. Repugna! Mas eu também...
Meditação:
Nele está a minha esperança!
A minha oração de hoje é propícia para perguntar-me: “Donde vim, para onde vou?”
Rezo a resposta que a minha fé me dá. Como a minha vida tem sido sinal de que creio na ressurreição final e feliz na vida eterna?

11 de jun. de 2012

DA CRUZ À SEPULTURA

“Chegou a Hora” (Jo 16,32).
Preparação: sigo o meu ritual de costume para iniciar o momento de minha oração.
Composição: vejo o lugar. Faço-me presente no Calvário, vendo José de Arimatéia, Nicodemos, Maria. Demoro o olhar sobre o Corpo torturado do Senhor sendo preparado à sepultura.
“Vida doada, sangue derramado!” Senhor, ensina-me a amar sem restrição e me entregar totalmente!”.
 “Foi tirado da cruz por José de Arimatéia e Nicodemos em presença de sua Mãe dolorosa”.
Observo e vejo as pessoas:
• Vou com José de Arimatéia conseguir de Pilatos a autorização pra tirar o corpo de Jesus;
• Ajudo Nicodemos, que leva uma grande quantidade de mirra e aloés, para limpar e ungir o Corpo do Senhor, com grandes panos de linho para devolvê-lo, mais o grande lenço, o sudário, para cobrir sua adorável Face.
Uno-me a estes gestos de carinho, faço-os meus! Amor com amor se paga...
Maria, recebe no seu regaço o bendito corpo, sofrido, agora já carinhosamente limpo e perfumado. Entro nos sentimentos da Mãe dolorosa, que assim contempla o Filho amado.
Ao seu lado, quietamente, contemplo também. Rezo; adoro e agradeço. Recordo o que Ele fez por mim, pela humanidade. Silêncio orante! Silêncio de amor! Permaneço em oração silenciosa neste mais santo dos velórios.
“O corpo foi levado à sepultura, ungido e sepultado”.
Sem pressa de ir adiante, olho com o coração, uma visão simples para as pessoas, para você mesmo, para o Cristo que se entrega por você. Caia na conta do que lhe é dado sentir. Reze a partir dos sentimentos. Se o seu coração é de pedra, e nada parece tocá-lo, reze ao Abba; Pai.
“Tira o meu coração de pedra! Dá-me um coração de carne!”

10 de jun. de 2012

PENDURADO NA CRUZ

“Deus Santo, Deus Forte, Deus imortal, tem piedade de nós!”
Preparo-me para esta hora de oração pessoal. Pergunto-me: “O que vou fazer?”. Acolho a presença do meu Salvador na orla do seu Espírito, o Espírito do Pai. Não estou só: invoco o divino Espírito e rezo a minha oração.
Vou ao Calvário, fazendo-me presente à cena de crueldade: Ele está crucificado, pendendo do alto da Cruz, totalmente exposto à nossa malícia e à nossa maldade; estamos todos lá: a soldadesca, os líderes, os curiosos, os que gostamos de espetáculos sangrentos, os passantes indiferentes, apenas curiosos...
O Senhor diz a nós e ao Pai: “Tudo está consumado!” – Tudo está feito! – Tudo está feito e benfeito: perfeito!
Finalmente! “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!”.
O grande e último brado: Ele vence a morte com amor! Crucificados morrem sufocados! O único que morreu com um grito assim foi Ele, o Bom Jesus vencedor! Adoro!
Parece que as trevas venceram a Luz: “o sol se escureceu!”. Mas, na verdade, as lajes dos nossos sepulcros se racham e abrem espaço para um povo de ressuscitados: a Luz de um Amor inexplicável rompe o véu do Templo, seu Corpo Morto. Tremo e adoro!
Prostro-me em adoração e arrependimento. Fico em silêncio. Basta.
Posso demorar-me neste silêncio, com a mais profunda e imensa gratidão que o Espírito me conceder. Ele é o meu Senhor, reduzido por mim a um verme esmagado, ferido, sangrento, silenciado por uma morte cruel e injusta...
Posso também abrir o meu coração e gritar ou sussurrar o que ele me disser. Nas mãos dele me entrego com Jesus!
Meditação:
“Senhor, dá-me um coração novo, capaz de compaixão, capaz de sofrer porque meu irmão sofre, porque nossa impiedade desumana pode fazer uma coisa destas contigo, meu Jesus!”
Olhe o seu grande coração para ver o que ele crê: crê que este corpo é a relíquia sagrada do seu “grande Deus e Salvador, Cristo Jesus” (Tt 2,13)? Interessa-lhe crer num Deus feito tão verdadeiramente carne que desceu à “casa dos mortos”? adora você o Deus feito carne, que obedeceu até a morte na Cruz.

3. Conclusões Práticas

            Ao contemplar a grandeza da glória, que a salvação nos proporciona, desejaríamos já mergulhar nesse mar de felicidade; os grandes prêmios, porém, não se alcança sem grandes trabalhos, como nos admoesta São Paulo: “o atleta só recebe a coroa se lutou conforme as regras” (2Tm 2,5). Sobretudo, devemos tomar as seguintes resoluções:
            1. Tendo sido criados para gozar de Deus por toda a eternidade, devemo-nos encher de um santo entusiasmo, e não ocupar nossos afetos em objetos terrenos com desejos de prazeres mundanos, que nos igualam aos animais. Conta-se que Cleópatra foi, certa vez, ao mar pescar com Marco Antônio. A rainha, logo que lançou o anzol, apanhou muitos peixes, que ia recolhendo com grande festa. O imperador, pelo contrário, estava todo confuso, porque não lhe acontecia o mesmo. A rainha, para o consolar, disse-lhe com graça: Nasceste para pescar reis e reinos. Também o homem nasceu para pescar reis e reinos, isto é, para possuir, com a visão beatífica, o Rei dos reis, e conquistar, com seus esforços, o Reino da glória.
            2. Em todas as obras, devemos procurar agradar a Deus e fazer tudo por sua glória à maneira do girassol, que segue o Sol desde que nasce até o momento em que se põe, ou como a agulha da bússola que aponta sempre para o pólo norte. Isso não quer dizer que descuidemos dos outros negócios humanos. Assim como o timoneiro, mesmo em pleno mar, não perde o rumo de seu caminho, também nós, em todas as ações, mesmo as menores, devemos ter sempre o objetivo de agradar a Deus e fazer todas as suas vontades, segundo o conselho do Apóstolo: “Portanto, quer comais, quer bebais,o que quer que façais, fazei tudo para a glória de Deus” (1Cor 10,31).
           
            3. Não nos deixemos enganar com os bens desta terra, semelhantes ao corvo que Noé soltou da Arca, o qual não voltou como a pomba, mas ocupou-se em devorar os cadáveres que boiavam à tona da água.

9 de jun. de 2012

TANTO SANGUE

“Eis que chega a Hora – e ela chegou – em que vos dispersareis, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo. Eu vos disse tais coisas para terdes paz em Mim. No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,32).
Preparo-me para esta hora de oração pessoal. Pergunto-me: “O que vou fazer?”. Acolho a presença do meu Salvador na orla do seu Espírito, o Espírito do Pai. Não estou só: invoco o divino Espírito e rezo a oração preparatória.
Vou ao Calvário, fazendo-me presente à cena de crueldade: Ele está crucificado, pendendo do alto da Cruz, totalmente exposto à nossa malícia e à nossa maldade; estamos todos lá: a soldadesca, os líderes, os curiosos, os que gostamos de espetáculos sangrentos, os passantes indiferentes, apenas curiosos...
Peço: “Aqui estou, Bom Jesus, constrangido (a), querendo unir-me amorosamente à tua dor; agradecido (a) pela sua morte salvadora. Torno-me capaz de ser solidário (a) ao teu amor de redenção”.
Olho, quase que só, percebendo Jesus pendente da madeira dura, pelo apoio dilacerante dos cravos. Ainda vive. Ainda respira pesadamente. Ainda perdoa e fala palavras de amor, lá do fundo do Coração. Já não vê: tanto sangue escorrido das feridas causadas pelos espinhos da coroa impedem a visão. Não pode passar a mão para limpar os olhos que ardem e afastar as moscas, que se acumulam...
Meditação:
Ouço as palavras, as suas últimas e amorosas palavras:
“Mulher, aí está seu filho”.
“Aí está sua mãe”...
Maria está ali, corajosa, firme! João, ao seu lado, se mostra pronto a apoiá-la, mas parece bem necessitado do amparo materno. Ela o abraça e conforta.
Dos lábios ressecados do Bom Jesus, escuto: “Tenho sede!”. Um soldado, de coração tocado, lhe oferece uma esponja embebida em vinho de má qualidade, vinho que pode comprar com seu salário, muitas vezes atrasado.

8 de jun. de 2012

OS SENTIDOS INTERIORES

“Que ninguém nunca viu, a não ser o Filho” (Mt 11,7).
Vamos suplicando ao Espírito que nos afeiçoe mais e mais a Cristo. Queremos que nosso coração siga o Amigo Fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, no tempo desta vida e na hora da morte, amando-o e adorando-o a cada momento.
A oração mais adequada à semana da Paixão é, sem dúvida, a contemplação. Com “fundamento verdadeiro na história”, a contemplação é o modo humano de sentirmos, vivenciarmos, entrarmos em sintonia. É essencial para nos enamorarmos de alguém ou alguma causa. É essencial ao conhecimento profundo e amplo de alguém ou de alguma pessoa, terra ou causa, em particular de Cristo Jesus:  Ele se fez visível para que pudéssemos amar o invisível (Prefácio do Natal). Somente quando fixamos o olhar Nele, conhecemos o Pai, “que ninguém nunca viu, a não ser o Filho” (Mt 11,7).
A experiência nos prova que se alguma coisa não fala à nossa imaginação, fica externa a nós, não nos afeta. Por isso, a moderna publicidade quer nos mover e procura influir nos nossos sentidos, não só nos externos, pela imagem e/ou som, mas também nos internos. Provoca desejos, suscitando evocações: o quintal daquela casa, o bom cheiro daquela comida, o som daquela voz, o amargor daquelas lágrimas... São os sentidos internos ativados!
Esta realidade tão nossa, tão humana, pode ser ajuda poderosa para uma oração que nos toque, afete, identifique amorosamente com o Nosso Redentor.
Sentir ao tato:
O tecido de suas vestes; a forma da mobília e a qualidade da madeira; o calor no verão e o frio no inverno; a atmosfera de paz e amor.
Mediante a ajuda da imaginação, aplicar os cinco sentidos, é um método para se abrir à experiência da transformação passiva operada pelo Espírito Santo no sentido de conhecer, amar e seguir cada vez mais a Jesus na própria vida.
Contemplamos a Paixão para nos darmos conta da profundidade e da imensidão do amor de Jesus. Vamos aos fatos da sua entrega, de toda a nossa capacidade humana de intuir e sentir.

7 de jun. de 2012

NOSSO REI

“Como a um ladrão, saíste para prender-me com espadas e paus! No entanto, estive convosco no Templo, ensinando todos os dias, e não me prendestes” (Mc 14,46).
Preparando-me, procuro encontrar-me comigo mesmo(a), empenhando-me em calar em mim emoções, preocupações. Entrego ao Senhor todas as inquietações, respirando fundo duas ou três vezes. Acolho, na fé, a presença de Deus. Não estou só. Estou diante do meu Senhor e meu Deus. Invoco o Espírito Santo e rezo a oração preparatória.
O lugar é o pátio onde Pilatos preside para julgar Jesus.
Pilatos “senta-se” para pronunciar a sentença condenatória; entroniza Jesus para apresentá-lo como “vosso rei”. Contemplo esta cena, ultraje supremo de quem é ridicularizado na sua dignidade de réu inocente, com todos os sentidos do meu ser.
Ninguém O defende. Estou ao seu lado para dizer-Llhe. “Conte comigo!”. E fecho os ouvidos aos gritos de “Fora! Fora com Ele!”.
Também tenho agido assim em situações semelhantes do meu cotidiano.  Não somente o excluo, com a Sua Igreja e os seus mandamentos, mas pertenço a uma sociedade que o trata como um qualquer e também exclui. Ele padece desta maneira por milhares de inocentes da história humana, de todos os tempos, pelos condenados injustamente.
Jesus acolhe nossas orações dirigidas a Ele?
Como Ele mesmo disse “todo o poder Lhe foi dado no céu e na terra” (ver Mt 28,18). Assim temos muitos exemplos nos Evangelhos de como Ele acolhe as súplicas que Lhe foram dirigidas. Por exemplo: o centurião (Mt 8,5), a mulher que sofria de uma hemorragia constante (Mc 5,25-34), o cego Bartimeu (Mc 10,46-52), a mulher Cananéia (Mt 15,21-28), o leproso (Mc 1,40-45), etc. Atendeu também ao apelo de Filipe: Mostra-nos o Pai (Jo 14,8) e ouviu o bom ladrão: “Lembre de mim quando estiver no paraíso!”

6 de jun. de 2012

COMO JESUS REZOU

“O Filho do Homem veio procurar e salvar o que se tinha perdido” (Lc 15,10).
A pessoa que se exercita deve fazê-lo “conforme a idade, a disposição e o clima ajudar.
Sabemos que lidamos com seres humanos, capazes de se perder em pequenas coisas ou de passar distraídos por aquilo mesmo que nos pode valer. Indica que nós examinemos particularmente como leva a sério as suas sugestões: o uso que convém fazer de maior recolhimento, de ambiente mais ou menos iluminados e coisas semelhantes, que sejam mais conformes à beleza, à grandiosidade e à seriedade da Paixão do Senhor.
O modelo perfeito de orante é Jesus: Ele rezou, ensinou a rezar e é o nosso Mediador junto ao Pai.
Jesus rezou com o Povo de Deus, tanto na sinagoga (ver Lc 4,16), quanto nas festas do Templo (ver Jo 7,2 e 37), e era seu costume, desde criança, celebrar a Páscoa (ver Lc 2,41).
Mas Jesus também rezou com seus discípulos em pequeno grupo, por exemplo, na Última Ceia: “Ora, durante a ceia, Jesus tomou o pão, pronunciou a fórmula da benção, partiu-o e distribuiu-o aos seus discípulos (...)” (Mt 26,26). Também, junto com os discípulos de Emaús: “à mesa, ele tomou o Pão, e recitando a fórmula da benção, o partiu e distribuiu entre eles (...)” (Lc 24,30).
“Que vos parece? Se alguém possui cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa as noventa e nove no monte e vai à procura da extraviada? Se consegue achá-la, em verdade eu vos digo, terá maior alegria com ela do que com as noventa e nove que não se extraviaram. Assim, também, não é da vontade do Pai que estás no céus que um só destes pequeninos se perca”.
Jesus rezou sozinho, em silêncio, escutando e falando ao Pai. Os evangelistas notam como Ele se retirou para rezar antes dos momentos decisivos de sua vida (Lc 3,21).
Lembrete:
“Maria partilhou com o Filho não só a morte, mas também a esperança de uma ressurreição. Não seria completa uma imagem de Maria ao pé da Cruz simplesmente como Nossa Senhora das Dores... “triste, aflita, chorando”... No Calvário ela não só é a “Mãe das Dores”, mas também a “Mãe da Esperança”... É preciso não saber até onde, em sua ousadia, pode chegar a esperança, para pensar que seja demais atribuir isso (“esperar contra toda a esperança”, Paulo diz isso de Abraão – Rm 14,8).

5 de jun. de 2012

CONDENADO E CRUCIFICADO

“O Pai, Deus Criador, coloca o seu tesouro, o seu mesmo Espírito de Vida “em vasos de barro” (2Cor 4,7).
Uma das mais úteis coisas divinas que Nosso Senhor nos comunicou foi conceder-lhe que não só nos desse matéria de forte sabor evangélico para orar, mas também nos ensinasse o modo de orar, a fim de tirarmos proveito e progredirmos no “caminho iniciado do divino serviço”.
Sabemos que de muito pouco aproveita alguém rezar como quem passa veloz por cima das brasas. Insiste que – além de ver as pessoas, ouvi-las e reparar no que fazem – cada qual reflita sobre si próprio(a) “para tirar algum proveito”. Contemplamos agora os passos do Senhor, dolorido e alquebrado, no Caminho da Cruz. A pessoa que se exercita empenhe-se em manter, aprofundar e alargar com a graça de Deus, outros três pontos:
- considerar o que Cristo Nosso Senhor padece ou quer padecer em sua humanidade, segundo o passo que contemplo. Como divindade se esconde; como tudo padece por meus pecados
Porque tudo o que se pode conhecer de Deus é manifesto aos seres humanos. Deus o manifestou eles desde a própria criação do mundo, através da inteligência
O Pai, Deus Criador, coloca o seu tesouro, o seu mesmo Espírito de Vida “em vasos de barro” (2Cor 4,7). Nada pode desviá-lo de nós: nenhum dos nossos adultérios e traições (Os 11,1-11); nem sequer a morte (Rm 8,38-39).
Lembrete:
Ele dá ocasião de ser e existir também ao imperfeito, ao necessitado, capaz, porém, de evoluir. Deus não se fecha em Sua Perfeição, mas dá existência ao que vai aperfeiçoando, vivificando, justificando. O Pai faz existir a toda a sua criatura.
Ora, há uma obediência perfeitíssima, uma sintonia fina, uma vontade em absoluta harmonia entre o Filho e o Pai. Assim, ambos decidem atravessar “o vale das sombras da morte” (Sl 23,4). Por isso, decidem mergulhar no abismo de amarguras e dores onde o pecado nos lança para executar nosso resgate. Em conseqüência, Jesus trouxe a presença luminosa do seu amor solidário, indefectível, inaudito, amor que é dom absoluto do Pai, a todas aquelas situações das quais nossa angustiante vivência diz que não há nem saída, nem recuperação. Nesse Espírito, Jesus passou pela Agonia.

4 de jun. de 2012

CALVÁRIO

“Aproximemo-nos, então, com confiança, do trono da graça para conseguirmos misericórdia e alcançarmos graça como ajuda oportuna” (Hb 4,16).
Como está dito, não recebeste o Espírito de escravidão para recairdes no medo, mas recebeste o espírito de filhos, que nos faz clamar: Abbá! Papai! E o próprio Espírito se une ao nosso espírito para atestar que somos filhos de Deus. Se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. Porque, se tomamos parte nos seus sofrimentos, tomaremos parte também em sua glória (Rm 8,15-19). Por isso mesmo a oração é um ato de comunhão e aliança do ser humano com a Santíssima Trindade.
Faço com carinho e veneração, a necessária preparação para o meu momento de oração pessoal. Acolho a presença de Deus e rezo a oração preparatória.
Estou agora no Calvário, onde a Mãe, a Maria, Nossa Senhora das Dores, esmagada pelo sofrimento, fica firme diante do Filho ensangüentado dos pés à cabeça.
Depois, quando o corpo é descido da Cruz, Nossa Senhora da Piedade o recebe sobre seus joelhos. Mãe e Filho! Mas tão diferente daquela noite feliz em Belém! Paradoxo total! Verdade total! Noite feliz! Noite sombria e triste! E tudo isso por mim...
Reflito sobre mim mesmo (a) para tirar algum proveito espiritual.
Oração universal resulta da ação do Espírito de Sabedoria do Pai: (Na Sabedoria) há um espírito inteligente e santo, único, múltiplo, sutil, ágil, perspicaz, puro, claro, impassível, amante do bem, penetrante, irresistível, benfazejo, amigo dos homens, firme, seguro, despreocupado, que tudo pode, tudo abrange com o olhar, que penetra todos os espíritos, os mais inteligentes, puros, sutis. Mais que todo movimento, a Sabedoria é móvel. Atravessa e permeia tudo por sua pureza. Ela é um sopro (espírito) do poder de Deus, uma pura emanação de esplendor do Todo Poderoso (...) Passa, através dos séculos, para as almas santas, fazendo-as amigas de Deus e profetas (ver Sb 7,22-30).
Lembrete:
Num primeiro momento, ajude a tirar Jesus da Cruz. Também pode ajudar na retirada dos corpos  dos outros dois, que com ele foram crucificados. Diante do que você está fazendo, tirando os cravos do corpo sangrento, muito quente, e sustentado-o para a descida, considere o que lhe é dado sentir e reze conforme a sua verdade interior.

3 de jun. de 2012

TANTO QUANTO

Palavras são indicadores da realidade, não reflexos. Mas, como afirmam os orientais, “Quando o Sábio aponta a lua, o dedo é tudo o que o tolo vê!”
Certa noite, um bêbado atravessava cambaleando uma ponte quando colidiu com um amigo. Os dois detiveram-se na ponte e começaram a conversar um pouco. –“ O que é aquilo lá embaixo?” perguntou o bêbado de repente. –“É a lua.” respondeu o amigo. O bêbado olhou de novo, sacudiu a cabeça, sem acreditar no que vira e disse: -“Está bem, está bem. Mas como, diabos, vim parar aqui em cima?”
Quase nunca vemos a realidade. O que vemos é um reflexo dela em forma de palavras e conceitos que, então, passamos a considerar realidade. O mundo em que vivemos é, na maior parte, síntese mental.
Santo Inácio de Loyola diz: “Revemos as coisas deste mundo na medida que o ajudem a atingir a nossa salvação, e de privar-se delas tanto quanto elas nos afastem”.
          O Santo fala do uso e não do gozo das criaturas; são para o homem usá-las e não somente gozar delas. As coisas materiais são meios. Os meios não nos movem a praticarmos alguma ação enquanto é útil para a sua finalidade. Devemos referir todas as coisas à finalidade que temos em vista.
          Não é, pois, o meio, propriamente dito, que nos move a praticar alguma ação, mas o fim que com ele pretendemos conseguir. Não é a vassoura que nos leva a varrer a sala, mas o fim de ter a sala limpa. Se nos propomos pintar um quadro, não escolhemos as cores mais agradáveis, porém as que mais conduzem ao fim que temos em vista. Se desejamos recobrar a saúde, não procuramos os remédios doces e suaves, senão os que nos podem restituir a saúde.
Convém que essa verdade entre bem no fundo do coração. Nosso fim é o serviço de Deus, a glória de Deus, o gozo de Deus por toda a eternidade. Tudo o mais que não seja Deus, como honras, riquezas, saúde, liberdade, vida, são puros meios, nem sempre benéficos em si mesmos, senão enquanto nos conduzem a Deus, e tanto havemos de usá-los quanto nos conduzem a Deus.
          O afeto e a aversão não constituem o critério no uso das criaturas, senão somente a finalidade. Há criaturas muito atraentes que nos afastam do fim. É preciso abandoná-las. Para as lícitas o uso deve ser moderado com relação ao fim, e tanto quanto conduzem ao fim. Todas as criaturas são como uma luva, só usamos aquela luva que cabe bem em nossa mão.

O CIRINEU

“Pai, chegou a Hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique” (Jo 17,1).
Preparar-se, sem economia de bondade, quanto estiver em você, para fazer-se presente de Deus. Chamar o corpo à oração, como de costume.
Faço a minha oração: sem pressa de ir adiante. Suplicar o poder divino de dispor desse tempo para contemplar como Cirineu ajudou Jesus.
Simão, o Cireneu, forçado a levar a Cruz: Jesus, exausto, entrega o instrumento do seu suplício. Partilha conosco também a sua cruz! E o Cireneu tem de aceitar levar a cruz de um outro. E eu? Aceito aliviar os que estão oprimidos por um fardo tão pesado? Olho o Cireneu... Olho Jesus... Olho-me, tão frágil e individualista nas minhas dores e diante do sofrimento alheio. Paro mais demoradamente para rezar sobre estas coisas e deixar-me tocar. E vou seguindo Jesus nos passos da Via Sacra.
Jesus, crucificado entre dois ladrões: olho as três cruzes no alto do Calvário. Supremo vexame! Sim, Ele é contado entre os malfeitores, desconsiderado, rejeitado, sem nome, sem vez sequer de abrir a boca. Contemplo o Messias, o Ungido, intitulado com sarcasmo, “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. Coloco-me o mais perto possível, ouvindo os Seus gemidos, observando os Seus olhares. Compadeço-me. Por meus pecados Ele padece esta agonia mortal! Agradeço. Rezo.
Jesus acolhe nossas orações dirigidas a Ele?
Lembrete:
Seja como for, os que o prenderam deviam estar pensando que tinha chegado a hora de dar um fim “a tudo aquilo”. Na verdade, porém, tinha chegado a Hora em que tudo começava:
“Eis que chega a Hora – e chegou – em que vos dispersareis, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho. Mas não estou só, porque o Pai está comigo. Eu vos disse tais coisas para terdes paz em mim. No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: Eu venci o mundo (Jo 16,32).
“Pai, chegou a Hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique” (Jo 17,1).

2 de jun. de 2012

O ESPÍRITO ME CONDUZ A ORAR

“Vontade de salvação” (1Ts 4,3).
Preparando-me, procuro encontrar-me comigo mesmo(a), empenhando-me em calar em mim emoções, preocupações. Entrego ao Senhor todas as inquietações, respirando fundo duas ou três vezes. Acolho, na fé, a presença de Deus. Não estou só. Estou diante do meu Senhor e meu Deus. Invoco o Espírito Santo e rezo a oração preparatória.
O lugar é o pátio onde Pilatos preside para julgar Jesus. É meio-dia, véspera de sábado da grande solenidade da Páscoa.
Vendo o Homem Verdadeiro (“Eis o homem!”, diz Pilatos) com dor e lágrimas, peço a Força Divina de entrar nos sentimentos de Jesus, réu, submetido a julgamento totalmente injusto.
Nós nos empenhamos para que não nos descuidemos das “pequenas grandes coisas” que nos ajudem a dar valor à oração. Elas como que ajudam o Espírito a nos ajudar. Assim, “ logo ao despertar ter presente aonde vou e para quê. Resumir um pouco a contemplação que quero fazer, segundo o mistério proposto, esforçando-me, enquanto me levanto e cisto, para sentir tristeza e dor de tanta dor e de tanto padecer de Cristo nosso Senhor... Não procurar pensamentos alegres, ainda que bons e santos... Antes motivar-me a sentir dor, pena, abatimento, recordando, freqüentemente, os trabalhos, fadigas e dores que Cristo Nosso Senhor passou desde o dia em que nasceu até o mistério de sua Paixão, no qual estou”.
“No qual estou!” – estou verdadeiramente no Espírito do Senhor, que me conduz a orar e me deixa tocar a Boa Nova! Assim sou, de fato, amado por meu Senhor e meu Deus, meu Redentor.
Lembrete:
Fica, assim, evidente na Fé que Jesus foi ouvido e atendido. Ele obedeceu, isto é, ele ouviu e atendeu em nosso favor. Por isso, o cálice amaríssimo não é retirado. Cumpre-se a vontade do Pai, que quer nos salvar das profundezas onde nos enfiamos, quando fugimos de Sua bondade e dela desconfiamos, evitando o bem, fazendo o mal. A “vontade de salvação” (1Ts 4,3) se realiza, como o próprio coração de Cristo sempre quis que sucedesse.
“É próprio do Espírito Santo dar forças, consolações, lágrimas, inspirações e tranquilidade, atenuando e removendo todos os impedimentos, a fim de que sigamos adiante na prática do bem”.

1 de jun. de 2012

NOSSO REI

“Como a um ladrão, saíste para prender-me com espadas e paus! No entanto, estive convosco no Templo, ensinando todos os dias, e não me prendestes” (Mc 14,46).
Preparando-me, procuro encontrar-me comigo mesmo(a), empenhando-me em calar em mim emoções, preocupações. Entrego ao Senhor todas as inquietações, respirando fundo duas ou três vezes. Acolho, na fé, a presença de Deus. Não estou só. Estou diante do meu Senhor e meu Deus. Invoco o Espírito Santo e rezo a oração preparatória.
O lugar é o pátio onde Pilatos preside para julgar Jesus.
Pilatos “senta-se” para pronunciar a sentença condenatória; entroniza Jesus para apresentá-lo como “vosso rei”. Contemplo esta cena, ultraje supremo de quem é ridicularizado na sua dignidade de réu inocente, com todos os sentidos do meu ser.
Ninguém O defende. Estou ao seu lado para dizer-Llhe. “Conte comigo!”. E fecho os ouvidos aos gritos de “Fora! Fora com Ele!”.
Também tenho agido assim em situações semelhantes do meu cotidiano.  Não somente o excluo, os seus mandamentos, mas pertenço a uma sociedade que o trata como um qualquer e também exclui. Ele padece desta maneira por milhares de inocentes da história humana, de todos os tempos, pelos condenados injustamente.
Jesus acolhe nossas orações dirigidas a Ele?
Lembrete:
Como Ele mesmo disse “todo o poder Lhe foi dado no céu e na terra” (ver Mt 28,18). Assim temos muitos exemplos nos Evangelhos de como Ele acolhe as súplicas que Lhe foram dirigidas. Por exemplo: o centurião (Mt 8,5), a mulher que sofria de uma hemorragia constante (Mc 5,25-34), o cego Bartimeu (Mc 10,46-52), a mulher Cananéia (Mt 15,21-28), o leproso (Mc 1,40-45), etc. Atendeu também ao apelo de Filipe: Mostra-nos o Pai (Jo 14,8) e ouviu o bom ladrão: “Lembre de mim quando estiver no paraíso!”
Jesus é o Princípio e o Fundamento.
Ele é o Princípio... Nenhum outro fundamento nos foi dado: “Quem não está a meu favor está contra mim. Quem não ajunta comigo dispersa”.
Cada qual a seu tempo. Ele é o primogênito dentre os morto. Ele é nosso Rei!

“Humilhai-vos diante do Senhor e Ele vos exaltará.” (Tg 4,10)

O 6º Princípio Básico do  Amor- Exigente é: Influenciador
O comportamento dos filhos afeta os pais; o comportamento dos pais afeta os filhos. O comportamento do aluno afeta o professor; o comportamento do professo afeta o aluno.
Meu comportamento afeta você; seu comportamento me afeta.
Diante de um comportamento inaceitável,  não podemos competir com a outra pessoa ou perder a dignidade. É preciso manter o equilíbrio para conduzir os relacionamentos no rumo certo.
Princípios Éticos Institucionais de Amor-Exigente
6º Relacionar-se fraternalmente e com respeito com os participantes dos grupos de Amor-Exigente.
6º Passo de Alcoólicos Anônimos (Narcóticos Anônimos)
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse nossos defeitos de caráter.
6ª Tradição de Alcoólicos Anônimos
Nenhum grupo de A.A. deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem do nosso objetivo primordial.